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36 jornalistas morreram em todo o mundo no ano passado - 2004-03-11


O Comité para Protecção dos Jornalistas (CPJ) disse que 36 jornalistas morreram em todo o mundo no ano passado em resultado directo do seu trabalho, comparado com 19 mortos em 2002.

A morte de jornalistas ocorreu um pouco por toda a parte, desde a Colômbia ao Iraque, passando pela Costa do Marfim, Filipinas, Rússia e a Cisjordania.

Mas a directora do Comité, Ann Cooper, disse que mais de um terço das mortes ocorreram no Iraque.

“2003 foi um ano terrível para os jornalistas em termos do numero de jornalistas mortos. O maior factor disso, obviamente, foi a guerra no Iraque. Treze jornalistas morreram em actos hostis durante o ano no Iraque e infelizmente, mesmo que a guerra tenha terminado, ha ainda uma data de agitação e de violência e os jornalistas continuam a ter sérios riscos todos os dias quando estão a trabalhar no Iraque.”

A senhora Cooper disse pensar que a liberdade de informação e a segurança no Iraque continuarão a ser a principal preocupação no Iraque no próximo ano. A directora do Comité para a Protecção dos Jornalistas afirmou que a situação no Iraque levou a um aceso debate entre jornalistas sobre se viajar com guardas armadas prejudica o seu papel de observadores neutros.

O Comité esta também a dar destaque à repressão sobre os oragos de informação, incluindo assassínios, assaltos, prisões, censura e assedio jurídico. O relatório do Comité indica que em 2003, 136 jornalistas foram presos por fazer o seu trabalho em 95 países.

O CPJ registou quedas significativas no numero de jornalistas presos no Nepal e na Turquia. Mas uma missiva repressão governamental sobre dissidentes políticos em Cuba levou a que 29 jornalistas independentes cubanos fossem condenados a severas penas de prisão.

Jornalistas encontram-se também na prisão pelos seus trabalhos efectuados na Birmânia, Eritréia e Vietname. E pelo quinto ano consecutivo, a China e o maior guarda prisional do mundo de jornalistas, com 39 profissionais da informação por detrás das grades, diz ainda o relatório do CPJ. Ann Cooper afirmou que alguns jornalistas foram presos depois do governo chinês ter aliviado o controlo sobre a cobertura de actos de corrupção.

“A China esta muito determinada a tentar controlar a Internet e como usa-la para disseminar informação. Por isso, alguns desses casos que vemos na China são de pessoas que usam a Internet para espalhar noticias, muitas vezes noticias sobre abusos de direitos humanos na China e quando essas pessoas atravessam esta linha invisível e irritam o governo, o governo procura-os e alguns deles terminam na prisão.”

A senhora Cooper expressou preocupação pelo facto de Marrocos ter usado novas leis antiterrorismo para prender jornalistas em 2003. Embora os jornalistas tenham já sido libertados, ela disse que o problema esta a aumentar em todo o mundo.

“A verdadeira grande preocupação que vi através do mundo em mais de 100 países que monitoramos e a frequência com que os governos usam a segurança nacional ou a luta contra o terrorismo como desculpas para reprimir os órgãos de informação.”

O Comité para a Protecção dos Jornalistas apelou às democracias, incluindo os Estados Unidos, para impedir que alguns dos seus aliados na guerra contra o terrorismo na Ásia Central efectuem abusos da liberdade de informação.(PF)

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