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Moammar Gadhafi Deixou a Presidência da União Africana


O dirigente líbio Moammar Gadhafi deixou a presidência da União Africana não sem ter tecido alguns comentários agrestes sobre a organização. Gadhafi criticou asperamente os outros chefes de estado por se recusarem a aceitar o seu plano no sentido da formação dos Estados Unidos de África.

A cimeira parecia calma no princípio. Os chefes de estado do continente africano entraram na sala de conferências e saíram vinte minutos mais tarde para indicar que o presidente do Malawi ia assumir a liderança rotativa da União Africana.

O anúncio escondia, no entanto, uma luta furiosa pelo controle da organização que testemunhas indicaram quase tinha acabado, na noite anterior, em agressões físicas.

O dirigente líbio tinha esperado ficar em funções para um segundo mandato para realizar o seu plano no sentido de uma maior unificação política e económica.

No entanto e após ter entregue a liderança ao dirigente do Malawi, Gadhafi enveredou num discurso de despedida criticando os outros presidentes por falta de vontade politica, tendo os seus comentários proferidos em árabe sido traduzidos por uma interprete.

`Duvido que sejamos capazes de fazer frente às responsabilidades que se perfilam. Duvido que possamos alcançar algo de concreto no futuro, por que francamente e falando da minha experiencia na União Africana, as elites do nosso continente não tem consciência politica e falta-lhes determinação politica.`

Gadhafi denominou-se de soldado de África e indicou que vai continuar a sua cruzada no sentido da integração do continente. Criticou a União Africana por desperdiçar tempo com discursos longos e declarações ao mesmo tempo que são ignoradas as mudanças que ocorrem no mundo.

`As elites africanas não estão interessadas nestas mudanças que ocorrem no mapa do mundo. O mundo esta a transformar-se em sete ou dez nações, e nos nem nos apercebemos disso. Temos a União Europeia que se transforma num único país e isto é muito sério.`

Gadhafi destacou mesmo que no caso de ter sabido do pouco poder que tinha a presidência da União Africana, teria recusado assumir o cargo.

O recém-empossado presidente, o chefe de Estado do Malawi Mutarika adiantou concordar pelo menos com parte das críticas do seu antecessor.

`O caminho para a Assembleia da União Africana reside em reconhecer que a África não é um continente pobre, mas que as populações de África são pobres. Temos de reflectir que a Europa e a maior parte do mundo ocidental desenvolvido utiliza madeira, carne e peixe proveniente de África, mas a Europa e o mundo ocidental não se desenvolveu através de resoluções ou de declarações. Actuaram e adoptaram acções concretas.`

A sessão de abertura da cimeira escutou igualmente apelos no sentido de acção urgente para os desafios de segurança do continente como nos casos do Sudão e da Somália.

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