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Terrorismo: Peritos Dizem que Americanos  têm Longa Batalha  Pela Frente


Entidades oficiais americanas, membros do Congresso e peritos em terrorismo, todos eles afirmam que os americanos devem preparar-se para uma longa batalha contra a al Qaida na sequência da tentativa de atentado contra um avião de passageiros no dia de Natal.

O incidente de sexta-feira passada envolvendo um avião de passageiros americano veio relembrar a ameaça do terrorismo oito anos depois dos ataques de 11 de Setembro de 2001.

Essa foi a tónica dominante esta semana nos meios de comunicação social americanos com uma série de legisladores e peritos advertindo para um longo conflito contra o terrorismo em geral e contra a al Qaida em particular.

O congressista Pete Hoekstra é o republicano com mais antiguidade na comissão dos serviços secretos da Câmara dos Representantes.

" O povo americano, afirmou ele, tem que compreender que esta ameaça é real. A ameaça tem pairado sobre nós durante os últimos 20 anos e precisamos de passar à ofensiva. Temos que usar tecnologia avançada. Essa ameaça não vai desaparecer."

Estes apelos para que os americanos se relembrem dessa ameaça constante multiplicaram-se depois do presidente Obama ter vindo a público para reafirmar que a sua administração estava a fazer todo o possível para garantir a segurança nos transportes aéreos.

Neste últimos dias começaram entretanto a multiplicar-se informações sobre a identidade e as motivações do bombista falhado, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab.

Várias intervenções em páginas da Internet demonstram que Abdulmutallab tinha crenças religiosas extremistas exprimindo por diversas vezes solidão e depressão.

Peritos em terrorismo afirmam que apesar de o ataque ter falhado a capacidade do nigeriano para introduzir explosivos a bordo do aparelho levanta sérias questões sobre as medidas de segurança. Essa é a opinião do ex-analista da CIA Micheal Scheuer.

"O facto, afirma, é que fomos tremendamente batidos neste ataque. A única coisa que faltou na realidade foi as vítimas mortais. A al Qaida conseguiu para além disso tudo o resto que pretendia com este ataque: aterrorizar os americanos e fazer com que os custos dos transportes aéreos e da segurança disparassem de novo."

Paralelamente aquele analista salienta que o ataque falhado põe em causa a preparação do alegado terrorista. " A conspiração, e o treino desse indivíduo, salientou, vieram provavelmente do Iémen e da al Qaida. Mas, não se tratou claramente do trabalho de um profissional."

O nome de Abdulmutallab estava incluído numa ampla lista de indivíduos suspeitos de ligações a organizações terroristas. Não constava contudo de uma lista mais curta contendo os nomes de líderes terroristas que poderia ter chamado as atenções das autoridades.

Tudo isso levanta questões acerca da comunicação entre agências governamentais americanas e entre países.

O nigeriano dispunha de um visto válido de entrada nos Estados Unidos e isso apesar do seu pai ter contactado a embaixada americana na Nigéria há várias semanas atrás expressando a sua preocupação pelo facto do seu filho estar a adoptar posições de radicalismo islâmico.

O ex-responsável pelo departamento de segurança nacional americano Michael Chertoff afirma que essa será uma questão fulcral na investigação que se segue.

"Esses vistos, disse ele, são muitas vezes concedidos um ou dois anos antes das deslocações e alguém pode ter-se radicalizado entretanto. Temos que fazer uma segunda análise e acho que esta é uma questão que será escrutinada nas próximas semanas."

Os peritos em contra-terrorismo afirmam que o incidente veio relembrar que os Estados Unidos estão empenhados numa longa batalha com terroristas apostados em atacar a América.

Uma filial da al Qaida no Iémen reivindicou que Abdulmutallab trabalhava para a organização, mas, para já essa reivindicação não foi ainda confirmada.

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