O ministro das Finanças do Zimbabué, Tendai Biti, disse que país necessita de milhares de milhões de dólares para colocar a sua economia aos níveis de uma década atrás quando estava no seu melhor. Paulo Faria tem os pormenores.
Tendai Biti que falava à imprensa durante a apresentação de um plano económico para três anos, advertiu que a incerteza sobre o futuro do frágil governo de unidade nacional está a prejudicar a recuperação económica.
A economia do Zimbabué teve um crescimento negativo durante a última década, mas prevê-se que se expanda mais de quatro por cento este ano e cresça sete por cento em 2010. A economia estabilizou desde que o governo de unidade nacional tomou posse em Fevereiro e o dólar zimbabueano foi substituído.
O ministro Biti afirmou que o Zimbabué deve efectuar uma peritagem às terras após o algumas vezes violento programa de reforma agrária levado a cabo pelo presidente Robert Mugabe. O programa conduziu à expulsão de agricultores brancos das suas propriedades agrícolas a favor de negros sem terra.
Críticos do programa dizem que as maiorias das propriedades foram entregues a pessoas próximas do presidente Mugabe. Alguns dos beneficiários, dizem, ficaram com mais de uma propriedade. Depois da reforma agrária, a economia baseada na agricultura foi dizimada e o Zimbabué tornou-se dependente da ajuda internacional alimentar. Os novos proprietários das terras não têm título de propriedade.
Entretanto, o presidente Robert Mugabe, o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai e o vice-primeiro-ministro Arthur Mutambara, os três líderes do governo de unidade nacional encontraram-se para discutir assuntos importantes sobre como manter o governo funcional.
Depois disso, fizeram à imprensa uma revisão da sua parceria no governo. Interrogado quando é que os assuntos importantes seriam resolvidos, Mugabe afirmou não poder haver calendários em negociações onde se tem que dar e receber.
Disse Mugabe:"argumentos a discutir vão para além desses calendários porque são argumentos não só para para nós como também para os órgãos que representamos e os órgãos que representamos são lestos em criticar-nos muito mais do que aceitar as nossas decisões."
Mugabe disse que o governo de unidade cumpriu muito mais do que aquilo que continua por ser resolvido. Acrescentou que as negociações não devem emperrar por causa das nomeações de pessoas tais como o Procurador-Geral, Johannes Tomana. O Movimento para a Mudança Democrática, de Tsvangirai, insiste que a nomeação de Tomana e do governador do banco central, Gideon Gono, constituem uma brecha no acordo para um governo de unidade.
O primeiro-ministro Tsvangirai afirmou que a dificuldade nas negociações antes da formação do governo de unidade e agora é sobre a sua implementação, o que leva tempo: "Vai ser frustrante, mas agora e sobre a implementação, não sobre substância. A substância já concluímos."
Tsvangirai afirmou que deve ser dado tempo às equipas negociadoras para lidar com os assuntos importantes.