Clinton e o Médio Oriente
A secretaria de estado Americana, Hillary Clinton exprimiu-se de forma moderada face aos novos desenvolvimentos na crise israelo-palestiniano, saudando os recentes passos, segundo ela, positivos dados por Israel, que entretanto e de acordo com a governante americana ficaram em certa medida aquém do desejado em termos de contenção da expansão dos colonatos judaicos.
Clinton proferiu estes comentários hoje em Marrocos precisamente um dia depois de Israel ter anunciado a intenção de conter a expansão dos colonatos judaicos nos territórios árabes.
Na sequência de conversações com líderes israelitas e palestinianos do fim-de-semana último, Hillary Clinton saudou o que rotulou de uma improcedente concessão israelita no sentido da contenção da expansão dos colonatos pelos territórios árabes, num esforço entendido como de abertura ao reatamento do diálogo com os palestinianos.
A secretaria de estado americana concordou por outro lado com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netaniau, que alega que os palestinianos nunca antes tinham condicionado o reatamento do diálogo a suspensão da expansão dos colonatos.
Os comentários de Hillary Clinton despoletaram a pronta reacção dos líderes palestinianos que acusaram Washington de estar a minar os esforços de paz.
O líder dos negociadores palestinianos Saeb Erekat reafirmou ontem a intenção dos palestinianos de não regressarem a mesa das conversações a menos que Israel suspenda a expansão dos seus colonatos.
A Jordânia e o Egipto divulgaram por seu lado comunicados, de apoio a posição palestiniana.
Iraque: Números da violência
Funcionários iraquianos disseram que o numero de civis mortos na sequencia da onda de violência de Outubro ultimo é praticamente o dobro, isto comparativamente aos meses anteriores.
Acredita-se que cerca de 343 civis tenham sido mortos em Outubro passado, de entre eles incluem-se as 150, vítimas de um mortífero atentado bombista na parte central de Bagdade.
O numero de mortos registados durante o mês de Outubro esta entretanto abaixo do total das vitimas civis da violência, de Agosto deste ano, que, fazendo fé nos números oficiais situam-se nos 450 iraquianos.
Ontem, a polícia iraquiana revelou mais casos de violência um pouco por todo o pais, nomeadamente a de quatro atentados bombistas que vitimaram pelo menos seis pessoas deixando outras 50 feridas.
Afeganistão
A Comissão Nacional de Eleições do Afeganistão declarou o presidente Hamid Karzai, vencedor das eleições presidenciais, na sequência do cancelamento da segunda volta do pleito eleitoral.
O anúncio foi hoje feito por Azizzulah Ludin, responsável por aquele órgão eleitoral.
Numa declaração pública, Azizzulah Ludin confirmou a eleição de Karzai, como o candidato mais votado na primeira volta das eleições presidenciais e por conseguinte o único candidato a segunda volta do pleito eleitoral, inicialmente agendado para o próximo dia 7 de Novembro.
O candidato adversário ao actual presidente afegão, Abdulah Abdulah anunciou ontem a sua desistência da corrida, alegando preocupações face à possibilidade dos casos de fraude detectadas na primeira volta, virem a se repetir na segunda volta das eleições.
A comissão eleitoral decidiu consequentemente cancelar a segunda volta das eleições, por razoes de segurança e para igualmente evitar gastos desnecessários.
Tanto os Estados Unidos como o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon de visita a Cabul, saudaram já a decisão de cancelamento da segunda volta do pleito eleitoral e a recondução de Hamid Karzai, a presidência afegã.
Paquistão – A violência continua
A polícia paquistanesa disse que um bombista suicida matou pelo menos 35 pessoas, nas proximidades do quartel-general das forças militares paquistanesas em Rawalpindi. O atentado resultou igualmente em mais de 30 feridos.
De acordo com a policia, a explosão registou-se esta manha num banco, perto do hotel Shalimar e a escassos quilómetros da capital Islamabad. A televisão mostrou imagens de ambulâncias de emergência e viaturas da polícia na cena do atentado.
Enquanto isso, o governo paquistanês decidiu oferecer um prémio monetário, pela captura, vivo ou morto, do líder talibã do Paquistão.
Os jornais paquistaneses inseriram na sua edição de hoje, anúncios da oferta de 5 milhões de dólares, pela captura ou informação que leve a captura de Hakimullah Mehsud e de mais de uma dúzia de membros dos talibãs do Paquistão.
Por seu lado, as forças armadas de Islamabad mantêm em curso uma grande ofensiva militar contra bastiões dos militantes extremistas talibãs na zona tribal do Waziristão do Sul.
Os extremistas talibãs mataram em Outubro último e em ataques de retaliação levados a cabo em vários pontos do Paquistão, centenas de paquistaneses.
Zimbabué e os diamantes de sangue
Organizações vocacionadas ao combate da exploração e consequente comercialização idos chamados diamantes de sangue, exortaram a suspensão do Zimbabwe do acordo diamantífero global.
Membros do processo de Kimberly encontram-se reunidos na capital namibiana, Windoek para uma reunião de quatro dias, tendente à análise da situação.
Os grupos activistas dos direitos humanos revelaram que os militares zimbabueanos tem estado a abusar dos mineiros e traficado diamantes dos campos diamantíferos de Marange, na parte leste do Zimbabué.
Tanto a Human Rights Watch, com sede nos Estados Unidos como a Global Witness, esta ultima baseada em Londres, exortaram os membros do Processo de Kimberly a impedirem o Zimbabué de importar ou exportar diamantes.
De acordo com aquelas duas organizações, a ausência de uma enérgica atitude contra o Zimbabué poderia definitivamente minar a credibilidade do processo de certificação de diamantes, conhecido por Processo de Kimberly.
Joseph Kabila em Harare
O presidente da Republica Democrática do Congo, Joseph Kabila encontra-se em Harare com a missão de tentar conseguir salvar o frágil governo de unidade nacional zimbabueano.
Kabila deve ainda hoje iniciar conversações com o presidente Robert Mugabe e com o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai.
O primeiro-ministro Tsvangirai e o seu partido, o Movimento para as Mudanças Democráticas, MDC suspenderam a 16 de Outubro último, a cooperação com o presidente Robert Mugabe e o seu partido, a ZANU PF.
De acordo com o MDC o partido do presidente Mugabe tem estado a tentar minar o processo de implementação do acordo de partilha de poder, através de uma campanha de perseguição e de detenção de dirigentes daquele partido da oposição zimbabueana.
O líder congolês encontra-se no Zimbabué, na qualidade de presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a SADC.
De acordo com funcionários daquela organização regional africana, os líderes da SADC vão em princípio reunir-se em cimeira já nesta quinta feira para debaterem a crise no Zimbabué.
Um porta-voz do primeiro-ministro zimbabueano, Morgan Tsvangirai garantiu que o presidente de Moçambique, Armando Gebuza, o rei da Suazilândia Mswati e o chefe de estado da Zâmbia, Rupiah Banda serão entre outros líderes, algumas das presenças já confirmadas a cimeira, a ser acolhida pela capital moçambicana, Maputo.
ONU na RDC
As Nações Unidas anunciaram a suspensão de determinados apoios a unidades das armadas da Republica Democrática do Congo, acusados de envolvimento na morte de 60 elementos da população civil.
O chefe da força de manutenção da paz da ONU, naquele país africano, Alain Le Roy anunciou a decisão numa entrevista a rádio congolesa OKAPI, patrocinada pelas Nações Unidas.
Alain Le Roy disse que os investigadores da ONU chegaram a conclusão que membros das forcas armadas congolesas mataram pelo menos 62 civis, entre Maio e Setembro últimos nos arredores da aldeia de Lukweti, a noroeste de Goma.
Entretanto de acordo com aquele oficial militar das Nações Unidas apesar de as investigações prosseguirem, as forças de manutenção de paz vão suspender todo o apoio logístico e operacional as unidades militares congolesas envolvidas nas matanças.
De realçar que as forças de manutenção da paz da ONU têm vindo a apoiar as forças armadas congolesas na ofensiva contra os rebeldes hutus ruandeses, entrincheirados no território da Republica Democrática do Congo.
A economia dos Estados Unidos
O presidente americano, Barack Obama apelou hoje ao governo e aos empresários a contribuírem com ideias inovadoras tendentes a estimular o crescimento económico e a criação de novos empregos.
Obama falava a propósito hoje na Casa Branca, a um grupo de conselheiros económicos.
O presidente americano referiu-se por outro lado as previsões dos especialistas, constantes de um relatório divulgado na última sexta-feira e que prevêem um ligeiro aumento do número de desempregados no país.
Um relatório tornado público hoje, revela por seu lado que a indústria americana experimentou nos últimos tempos, os melhores índices de crescimento dos últimos três anos.
O presidente exortou consequentemente os líderes empresariais e governamentais a encontrarem meios de melhorar a produção e consequentemente a exportação industrial dos Estados Unidos.