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Guiné: Oposição Exige Demissão de Militares


Na Guiné Conacry a oposição política exige que o dirigente militar se demita de funções antes de participarem nas iniciativas regionais de mediação, que se seguem à morte de pelo menos 157 manifestantes. Os dirigentes militares rejeitam aquela exigência.

Um dia após o presidente do Burkina Faso Blaise Compaore ter obtido acordo para conversações entre as duas partes, os grupos da sociedade impuseram condições previas que os militares recusam.

Um porta-voz da sociedade civil leu uma declaração dos partidos da coligação, sindicatos e grupos da sociedade civil indicando ter recebido com agrado a mediação do presidente Compaore, mas que o vão fazer apenas a demissão do dirigente militar, o capitão Moussa Camara e a dissolução do conselho militar no poder.

Os dirigentes militares rejeitam as exigências, sublinhando que nenhuma das pré condições fazem parte dos termos apresentados pelo presidente Compaore, que funciona em representação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

A secretaria de Estado americana Hillary Clinton e o ministro dos estrangeiros francês Bernard Kouchner apelaram igualmente à resignação dos dirigentes militares guineenses.

O comandante Moussa Keita integra o conselho militar no poder. Refere Keita que a Guiné antes da independência não é a mesma que após a independência. Como uma nação sem o regime colonial francês, a França não ira impor a sua vontade sobre um país soberano, livre e independente.

Grupos de direitos humanos sustentam que pelo menos 157 pessoas foram mortas na passada segunda feira quando as forças de segurança dispararam contra os manifestantes que protestavam contra a possível candidatura do capitão Camara à presidência.

O governo militar sublinha que foram 57 as pessoas mortas, a maioria das quais ao fugirem do estádio onde se tinham congregado.

O capitão Camara responsabiliza os opositores políticos por realizarem um comício ilegal, indicando que deveriam saber que o sector militar guineense integra o que classificou de elementos incontroláveis, e que não tem responsabilidade pela violência por não se encontrar onde a mesma ocorreu.

O dirigente da sociedade civil Mouctar Diallo considera que os dirigentes da oposição não podem negociar enquanto manifestantes permaneçam nas cadeias.

Diallo refere que guineenses ainda estão nas cadeias em condições difíceis, e que alguns deles sofrem por estarem detidos em contentores.

Diallo deseja que o presidente Compaore exerça pressão sobre o governo militar para que liberte imediatamente os detidos sem quaisquer condições.

A oposição deseja igualmente que os elementos do conselho militar fiquem impedidos de disputar no próximo ano os sufrágios presidenciais e legislativos.

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