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EUA Dividem Liderança Queniana


Moses Wetangula, ministro queniano dos negócios estrangeiros, anunciou esta segunda-feira que o governo do Quénia está a considerar as suas opções em resposta ao que considera uma violação do protocolo diplomático por parte da administração norte-americana.

"Gostaria de pedir, particularmente ao embaixador americano, o qual eu não tenho dúvidas algumas está a ultrapassar as fronteiras do protocolo, da etiqueta diplomática, que o país tem opções para estes assuntos, as quais gostaríamos de não ter ainda que as usar."

Na semana passada, os Estados Unidos enviaram cartas a 15 altos dirigentes quenianos advertindo-os que poderiam ser levadas a cabo acções contra eles, caso fossem considerados como impedimentos a reformas cruciais do governo. Na altura o embaixador americano anunciou que alguns dos visados seriam impedidos de viajar para os Estados Unidos.

As cartas eram assinadas pelo secretário de estado assistente para assuntos africanos, Johnnie Carson, mas segundo o embaixador as cartas foram originadas ao mais alto nível do governo americano.

A carta do presidente queniano Mwai Kibaki ao seu homólogo norte-americano expressava preocupação de que os Estados Unidos estavam a enviar ameaças privadas a funcionários públicos relativamente às políticas da sua administração.

O primeiro-ministro queniano Raila Odinga, na altura em Nova Iorque para reuniões do Conselho de Segurança da ONU, respondeu inicialmente que Washington podia retirar direitos de viagem (para os Estados Unidos) e que era correcto forçar à implementação de uma agenda de reformas.

No Quénia, outros apoiaram o anúncio dos Estados Unidos. Ministros como Mutula Kilonzo e James Orengo, bem como parlamentares os quais elogiaram a posição americana.

Mas o governo queniano está a adoptar, agora, uma posição oficial mais dura, atacando o que descreve como "activismo diplomático."

O responsável pela diplomacia queniana negou que o governo esteja atrasado na implementação das reformas, notando que havia apenas uma excepção – o ainda não ter criado um tribunal local para julgar suspeitos responsáveis pela violência politica.

Para muitos quenianos, a acção americana é como uma palmada numa nação que há décadas se tornou independente. Muitos comentadores mostram-se divididos entre uma necessidade de se pressionar às reformas e o desejo de uma postura nacional contra críticas externas.

Entre as reformas que estão a ser impulsionadas pelos Estados Unidos, inclui-se a remodelação completa dos sistemas policial e judicial, finalizar a vital revisão constitucional, combater corrupção a alto nível e julgar os suspeitos pela violência pós-eleitoral.

O presidente Kibaki e o primeiro-ministro Odinga lideram uma coligação governamental formada após semanas de um mortal caos, entre estes dois principais rivais presidenciais. Os Estados Unidos dizem que os visados são membros de ambas as partes.

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