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EUA Poderão Enviar Mais Tropas para o Afeganistão


O secretário de defesa Americano Robert Gates disse ontem que poderá estar aberto a um pedido do seu comandante no Afeganistão para mais tropas. Contudo Gates disse estar preocupado com a possibilidade de demasiadas forças estrangeiras no país possam servir para alienar a população

Gates disse esperar receber uma avaliação do general Stanley McChrystal no final deste mês ou no inicio de Setembro. Depois disso o general poderá apresentar um outro documento detalhando possíveis pedidos para mais forças.

Numa conferencia de imprensa o secretário de defesa reconheceu que no passado tinha expresso relutância em enviar mais tropas para o Afeganistão para além daquelas autorizadas no inicio do ano pelo presidente Barack Obama para um total de 68.000 soldados. Mas Gates disse que o seu ponto de vista está a ser agora influenciado por recentes conversações que manteve com o general McChrystal.

"Penso que o General McChrystal tem razão quando afirma que o modo como essas forças se comportam para os afegãos é obviamente um elemento importante", disse o secretário de Defesa.

Pouco após assumir o comando há dois meses atrás McChrystal emitiu uma directiva ordenando às forças americanas e da NATO sob seu comando para fazerem mais esforços para evitarem baixas entre a população civil. Gates disse que isso é importante mais acrescentou não ter a certeza que seja o suficiente para tornar um aumento de tropas algo de desejável.

Penso que até agora a maioria dos afegãos consideram que estamos lá para os ajudar e por isso consideram nos seus parceiros," disse Gates acrescentando estar preocupado "pelo facto de não sabermos qual o tamanho da presença internacional militar que poderia começar a mudar isso. Penso que temos que ser muito cuidadosos nesse aspecto".

O secretário de defesa americano disse que qualquer aumento no número de tropas só será feito após consultas com os aliados e com o governo afegão e será limitado pelo menos temporariamente pelo compromisso militar americano no Iraque onde não se espera reduções significativas até pelo menos meados do próximo ano.

Contudo Gates disse que o General McChrystal tem a liberdade de pedir tudo aquilo que considera ser necessário para ter sucesso na sua missão, nomeadamente impedir o Afeganistão de se tornar de novo num centro de terrorismo internacional e para estabilizar suficientemente o país para que o governo afegão e as suas forças de segurança possam estabelecer a sua autoridade.

" O general McChrystal foi claramente informado por mim e pelo chefe de estado maior que nós queremos que ele peça aquilo que pensa necessitar., "disse Gates.

"Penso que devemos dar aos nossos comandantes essa liberdade e por isso não estamos a falar de limites. O que estamos à espera e de uma avaliação e depois iremos ver as opções e vias de acção que ele ira apresentar", acrescentou.

Vários peritos civis convidados pelo General McChrystal a deslocarem-se ao Afeganistão para ajudarem a elaborar a avaliação afirmaram acreditar que o comandante precisa de mais soldados mas entidades oficiais afirmam que o general não tomou ainda qualquer decisão.

O secretario de defesa afirmou que quer que haja algum progresso no Afeganistão dentro de um ano mas disse que derrotar os diversos grupos rebeldes vai demorar mais tempo enquanto construir uma sociedade relativamente estável e prospera demorará ainda mais tempo.

Penso que há que distinguir entre por um lado a construção de instituições e desenvolvimento económico e por outro derrotar a Al Qaida. Penso que neste ultimo caso não se pode ter sucesso em poucos anos", disse

O secretário Gates disse que o desenvolvimento mais alargado do Afeganistão vai demorar décadas mas sublinhou que os aliados dos estados unidos estão empenhados em ajudar o pais com projectos não militares a longo prazo.

O secretario Gates disse ainda acreditar que as forças de segurança dos estados unidos, Nato e Afeganistão estão a criar condições para a realização de eleições presidenciais credíveis na próxima semana.

Gates disse que haverá mais 1.300 assembleias de votos do que nas últimas eleições há cinco anos e que há também mais milhões de eleitores registados.

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