Aqui nos Estados Unidos está a intensificar-se uma batalha política sobre reformas no sistema de saúde do país. Essa batalha está a tornar-se em algo de perigo para a popularidade do Presidente Brack Obama bem como para congressistas de ambos os partidos que fazem face a protestos por parte dos seus eleitores.
Isto deve-se ao facto de que qualquer proposta para reformar o sistema de saúde americano ser uma tarefa enorme e de grandes implicações que irão afectar praticamente todos os americanos e também pelo facto da reforma da saúde ter-se tornado num ponto de polarização politica.
O presidente Obama e os seus aliados do Partido Democrático no Congresso querem expandir a cobertura do sistema de saúde para abranger os 40 milhões de cidadãos que actualmente não tem seguro. Para além disso o governo quer reduzir os custos de saúde para os consumidores, empresas e governo.
Numa tentativa de assumir de novo a liderança nas discussões sobre a questão, o presidente Obama realizou uma reunião com eleitores no estado de New Hampshire onde acusou os Republicanos de quererem eliminar os esforços de reforma este ano tal como o fizeram em 1993 e 1994 quando Bill Clinton era presidente.
Cada vez que estamos prestes a aprovar a reforma do sistema de seguros de saúde, os grupos com interesse em manter a actual situação lutam com tudo ao seu dispor, disse o presidente.
"Usam a sua influência e os seus aliados políticos para amedrontar e enganar o povo americano. Pagam anúncios na televisão. É isso que sempre fazem. Não podemos deixar que façam isso outra vez. Desta vez não vamos permitir isso. Desta vez não", acrescentou
Os republicanos opõem se às propostas de Obama considerando-as demasiado onerosas e avisam que o plano irá afectar a qualidade dos serviços de saúde para aqueles que já possuem seguro.
O senador Mitch McConnel que chefia os republicanos no Senado afirmou que o seu partido gostaria de "alcançar um acordo mas que seja o acordo certo".
McConnel rejeitou as acusações de que a oposição dos Republicanos tem apenas como objectivo humilhar politicamente o presidente.
"Não se trata de querer envergonhar politicamente uma pessoa. Trata-se de se alcançar o que é correcto. Estamos a falar de um sexto da nossa economia. A saúde é uma questão enorme. Afecta cada um de nós e queremos portanto que as medidas sejam correctas", disse o Senador.
As sondagens indicam que o apoio do publico para com as reformas de saúde de Obama está a enfraquecer. As crescentes críticas nas reuniões públicas tem feito alimentar a percepção de que o ímpeto político a favor das reformas está a abrandar.
Matt Daleck um analista do Centro de Politica, um centro de estudos aqui em Washington afirmou que "os republicanos conseguiram ganhar alguma atenção com a ideia de que o governo está a expandir-se para todos os lados, o que terá consequências e efeitos não previstos nas suas vidas".
Os democratas afirmam no entanto que alguns dos incidentes nas reuniões com congressistas foram organizados e encorajados por republicanos e grupos conservadores que querem demonizar o envolvimento do governo no sistema de saúde.
Algumas organizações liberais estão agora a planear também protestos e campanhas de apoio as reformas.
O analista político John Fortier do American Enterprise Institute, um outro centro de estudos, afirma estar convencido que os críticos vão continuar a atacar o plano de Obama durante todo este mês de Agosto, mês em que tradicionalmente os congressistas estão de férias e voltam aos seus círculos eleitorais para reuniões com os votantes.
Fortier disse que isto poderá forçar os dirigentes do congresso a reduzirem os planos de reforma quando voltarem à legislatura no próximo mês.
"Penso que há ainda uma possibilidade razoável que irão aprovar algo" disse o analista.
"Mas creio que em Setembro irão ver as coisas um pouco diferente da sua percepção de hoje o que torna mais precária a possibilidade de aprovação de uma lei de saúde em Setembro," acrescentou
O presidente Obama e os Democratas querem que uma lei sobre o sistema de saúde seja aprovada antes das eleições para o congresso do próximo ano.
Os Republicanos obviamente acreditam que os planos de reforma do sistema de saúde serão maus a saúde política dos Democratas. Os republicanos acreditam que se bloquearem os planos de Obama isso poderá ajuda-los nessas eleições e mesmo nas eleições presidenciais de 2012.