Links de Acesso

Angola: Adiado Julgamento de Antigos “Búfalos”


O tribunal provincial de Luanda decidiu adiar sine die o início do julgamento dos 59 elementos acusados pelo ministério Público de crimes contra a segurança do Estado.

O adiamento deveu-se a falta de uma peça considerada fundamental para a acusação dos arguidos segundo explicações obtidas pelos advogados no local.

Sem prévia notificação esta decisão apanhou de surpresa a Defesa que se encontrava em peso.

À cabeça dos cinquenta nove acusados está o General Martinho N'gola " LACRAU N'GOLA YETU" referido também como tendo criado um exército paralelo às FAA, Forças Armadas Angolanas, composto segundo os Autos por 9 mil homens.

Os ex-integrantes do extinto Batalhão Búfalo que combateu durante a guerra civil ao lado exército sul-africano do tempo do apartheid decidiram fixar-se em Luanda, de onde desde 2005 e na sequência do protocolo de Lusaka escreveram ao comandante em Chefe, solicitando um acto formal de desmobilização e reintegração na polícia e no exército Angolano.

Nas exposições escritas que enviaram aos vários órgãos de soberania, terão deixado a entender que tinham sob controlo efectivos que careciam desta mesma desmobilização.

Com surpresa em 2007 Novembro, um destes homens viria a ser interpelado pela polícia nacional quando circulava por um dos bairros da capital em posse de uma arma de fogo do tipo AKM e uma pistola de marca MACAROF com três munições e fardamento das Forças Armadas Angolanas.

Na sequência das investigações e buscas levadas a cabo pela polícia foram detidos outros companheiros. A polícia apreendeu igualmente listagens e demais documentação, que segundo ela mesmo são evidências "... de que o General Martinho N'gola lidera um efectivo de nove mil e quinhentos homens, localizados no interior e exterior do país nomeadamente África do Sul, Congo Democrático, Costa do Marfim, Namíbia e dentro do território nacional- Luanda, Huambo, Uíge e Cabinda...tendo assim um exército à margem da lei ...".

A Voz d'América teve acesso a uma das cartas escritas da cadeia, de 29 de Janeiro na qual Martinho N'gola, o alegado chefe, recorda a dada passagem, ter escrito ao Alto Comandante para "reclamar a nossa desmobilização e reintegração na polícia e nas FAA"

Face as reclamações dos familiares dos detidos sobre torturas e sevícias a que estão sujeitos, o Advogado André Dambi entrevistado pela VOA, considerou de "nulas quaisquer resultados produzidos como confissão".

Se ficar provado "o Crime de Rebelião" como é tipificado, os acusados arriscam-se a pena maior que vai até 24 anos de prisão.

Ouça as alegações de que os acusados e suas famílias foram vítimas de torturas

XS
SM
MD
LG