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Manifestantes Continuam Detidos em Luanda


O MAPESS, ministério da Administração Pública Emprego e Segurança Social pode estar a pagar por uma decisão imprudente tomada pelo Banco Nacional, entidade que nos anos da década de 80 concentrava a exclusividade do serviço de operações de transferência com o exterior.

Uma operação de substituição efectuada no sistema de controlo das contas bancárias levou a que fosse eliminado o registo da INTERCORP, uma empresa alemã encarregue da gestão das transferências para Angola de parte do dinheiro dos ex-trabalhadores angolanos naquele país do leste, conforme rezavam nos contractos.

Em entrevista que concedeu à Voz da América o secretário-geral do ministério disse que o extravio deste ficheiro contendo dados essenciais, está a criar os actuais transtornos fazendo com que por exemplo, o valor de alguns dos pagamentos até aqui realizados tivesse de ser estimado e posteriormente aceite pelos lesados o que não permite até agora realização plena do direito dos ex-trabalhadores.

"...em função dessa situação que ocorria no banco e como nós não conseguíamos encontrar os valores certos em reunião que mantivemos com este grupo de elementos, chegamos a um acordo, a uma conclusão. Encontramos um valor que iria servir para devolver a todos como se fosse o valor total transferido para a segurança social que eles concordaram e nessa altura nós devolvemos como Akz 316 800.00 o equivalente USD 3 960.00 para cada um dos elementos sem olharmos quem estes quatro anos, quem esteve três, quem esteve um ou quem esteve meses " disse Armindo Tavares Ferreira.

Descontentes ontem resolveram sair a rua para defronte ao ministério falar alto "queremos o nosso dinheiro"...Eram mais de cem pessoas, gentes de todas origens e idades que estiveram na Alemanha ou então que vinham em sua representação. Destaque para o mais velho do grupo, 76 anos de idade e estava aí em representação da filha ainda na Alemanha.

A polícia que madrugara a presença no local interveio e deteve alguns dos responsáveis da Associação que mantém sob custódia.

É uma situação que se arrasta a quase 19 anos com manifestações cíclicas. O número de associados tem vindo a crescer na medida que muitos dos que haviam permanecido no estrangeiro foram regressando, o que está a suscitar desconfianças por parte da entidade ministerial que vê o tratamento do assunto com delicadeza.

De recordar que ao abrigo de um acordo de emprego temporário e qualificação profissional, trabalhadores angolanos foram enviados para empresas alemãs. Os seus rendimentos deveriam ser auferidos, parte em solo alemão (50%) isto de acordo com os trabalhadores e uma outra (25%) devia ser recebida em Luanda, o que está sendo problemático até ao momento.

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