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PALOPS no Tráfico de Seres Humanos


A Secretária de Estado Hillary Clinton apresentou o relatório do Departamento de estado sobre o tráfico de seres humanos. Diversos países africanos de língua oficial portuguesa são nomeados.

O relatório é emitido ao abrigo de uma lei aprovada pelo Congresso americano classificando os países em quatro grupos. O grupo Um inclui aqueles países que cumprem os requisitos da lei para combater o tráfico de seres humanos. Os governos que estão a fazer esforços significativos nesse sentido são postos no grupo dois. Um terceiro grupo refere se a países que devem estar sob vigilância e um quarto grupo diz respeito a países que não estão a fazer esforços para se combater o tráfico.

Três países africanos de língua portuguesa são mencionados. Dois deles Angola e Guine Bissau estão no grupo sob vigilância.

O documento afirma que Angola é um pais de origem de mulheres e crianças traficadas internamente para servidão doméstica e de jovens que são traficados para trabalho forçado na agricultura.

Mulheres e crianças são também traficadas para a África do Sul, Republica Democrática do Congo, Namíbia e Portugal diz o documento que acrescenta que rapazes jovens são também traficados para a Namíbia onde são usados como pastores.

O governo de Angola, acusa o documento, não cumpre com os mínimos requisitos para a eliminação do tráfico embora esteja a fazer esforços significativos nesse sentido.

Contudo diz o documento Angola não investigou, levou a tribunal ou julgou qualquer pessoa responsável pelo tráfico de seres humanos.

Nas mesma lista está a Guine Bissau que o relatório acusa de ser uma fonte de crianças traficadas para outros países da África Ocidental e dentro do próprio pais para serem usados como pedintes, no trabalho forçado e para fins sexuais.

A maioria das vítimas, diz o documento, são estudantes religiosos, os chamados talibes, que são traficados por instrutores religiosos para outros países da África ocidental, principalmente o Senegal para onde são forçados a pedir nas ruas. As cidades de Bafata e Gabu são as principais fontes desse trafico.

Já Moçambique embora não cumpra totalmente os requisitos para a eliminação do tráfico de seres humanos está a fazer esforços significativos nesse sentido. Para além disso, diz o documento, Moçambique demonstrou em 2008 um crescente desempenho em combater o tráfico humano através da aprovação de legislação, criação de uma unidade policial de combate a este crime e o envio para a cadeia de dois traficantes.

O documento diz que Moçambique é uma fonte e em muito menor escala um destino para homens, mulheres e crianças usados como trabalho forçado e para exploração sexual.

O documento frisa o tráfico de jovens para África do sul e diz que os traficantes são moçambicanos e cidadãos sul-africanos havendo no entanto notícias do envolvimento de redes de traficantes chineses e nigerianos.

A comissária da União Africana para questões sociais Bience Gawanas disse à Voz da América que a organização acaba de lançar uma iniciativa de combate ao trafico humano, acrescentando que há crescente preocupação em África por este fenómeno.

Gawanas avisou que no que diz respeito a países como Moçambique, Angola e África do sul o próximo campeonato do mundo de futebol poderá resultar num aumento do tráfico de seres humanos.

"Tal como foi a experiencia do passado na Alemanha e em outros locais onde o campeonato do mundo foi realizado poderá haver um aumento do trafico de crianças para irem trabalhar ou para o chamado turismo sexual", disse aquela dirigente da UA

A comissária para questões humanitárias da União Africana disse que os países da comunidade de desenvolvimento da África Austral, SADC, estão cientes do problema.

Gawanas disse que tinha participado "há cerca de duas semanas" numa reunião ministerial da SADEC sobre o tráfico" cujo objectivo tinha sido o de adoptar um plano de acção para a região da SADEC.

"Durante as discussões ficou claro que há uma preocupação muito profunda sobre o trafico de seres humanos, não apenas sobre o trafico na África ocidental onde isso tem sempre ocorrido mas também sobre a situação na África oriental e austral", disse a comissária.

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