Uma juíza francesa decidiu investigar informações de que três líderes africanos investiram milhões de dólares em propriedades e noutros bens com fundos de que se apoderaram ilegalmente. Os três líderes em questão são os presidentes Omar Bongo, do Gabão; Denis Sassou-Nguesso, da República do Congo; e Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial.
A queixa contra os chefes de Estado do Gabão, da República do Congo e da Guiné Equatorial foi apresentada, em Dezembro do ano passado, pela organização Transparência Internacional, que se dedica a combater a corrupção. Não é a primeira queixa do género contra aqueles líderes, mas esta é a primeira vez que a juíza Françoise Desset decidiu investigar as acusações.
Daniel Lebegue, presidente da secção francesa da Transparência Internacional, considera aquela decisão significativa afirmando ser esta "a primeira vez que a Transparência Internacional é reconhecida por um juiz face a queixas apresentadas contra presidentes e chefes de governo em funções e que considera essas queixas como legítimas.
"Por isso, trata-se de uma decisão histórica, abrindo novas perspectivas no combate à corrupção e abrindo caminho para a recuperação dos bens roubados por políticos corruptos, ministros ou chefes de Estado" acrescentou
O gabinete do promotor da Justiça, que anteriormente se havia recusado a aceitar o caso, agora tem cinco dias para apelar da decisão. Mas, se o fizer, o magistrado, ainda assim, pode avançar com a sua investigação.
A Transparência Internacional reivindica que três líderes africanos investiram milhões de dólares em propriedades de luxo, carros e outros bens em França, usando dinheiro que pertencia ao povo. O presidente Omar Bongo, do Gabão, já negou algumas daquelas acusações.
No entanto, o caso avança e Daniel Labegue, da Transparência Internacional, afirma que a decisão da magistrada deu a esta organização legitimidade para apresentar outros casos contra líderes corruptos, noutros pontos do mundo.