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Antárctica (3): O Impacto Humano


Considerada durante muito tempo uma área remota, a Antárctica está tornando-se mais acessível ao exterior, e, em resultado, cada vez mais turistas vão ao continente.

Há duas formas para se chegar a Antárctica: por navio ou avião. Mas nenhuma das opções representa uma viagem fácil. Mesmo assim, o continente está acessível hoje mais do que nunca, e turistas vão até lá atrás de aventuras.

As temporadas de férias de 2007 e 2008 bateram recordes com mais de 46 mil turistas na região. Esse número é 20 vezes maior do que em 1983.

Contudo, ambientalistas estão preocupados sobre esse impacto. O uruguaio Rodrigo Ponce de Leon afirma que a preocupação começa na forma pelo qual as pessoas vão para a Antárctica:

"O maior problema é os navios de turismo".

As embarcações podem e muitas vezes derramam gasolina ou petróleo na água, apesar dos esforços de ambientalistas. Mesmo um pequeno derrame pode ter graves consequências para criaturas como o krill.

Ponce de Leon diz que o krill é criatura mais vulnerável, que forma a base da cadeia alimentar na Antárctica.

"O krill é muito importante para a vida aqui. Não somente para nós, mas para os pássaros, pinguins, peixes, mamíferos…"

A Associação de Operação do Turismo Internacional da Antárctica admite que o local está a ser lotado de pessoas. O brasileiro José de Medeiros afirma que todos os que trabalham na região estão preocupados com isso.

"A presença humana é maior aqui do que em outros lugares, e é por isso que o impacto é maior".

Apesar de haver um limite no número de barcos que podem desembarcar no porto, não há restrições quanto ao seu tamanho e os navios são cada vez maiores.

Membros dos países participantes do Tratado da Antárctica consideram importantíssimo impor limites na área.

Contudo, o aumento do turismo não é a única preocupação. A proliferação de estacões de pesquisas espalhadas pelo continente também tem as suas consequências.

Actualmente, há mais de 60 estações de pesquisa em toda a região. José Retamales, líder do programa chileno, diz que muitas bases estão mesmo a expandir.

"Metade das construções que você vê não era assim há 5 anos. A estacão chinesa, a coreana, e outras construíram novas bases. Eu não concordo que haja tantas estacões na Antárctica".

Contudo, nenhum país está disposto a deixar a sua base, mesmo que sejam estejam a conduzir a mesma experiência ou algo similar, e mesmo que eles dividam as informações – como têm feito até agora, seguindo as regras do Tratado.

Algumas bases tentam diminuir o impacto das suas operações. A reciclagem é um procedimento novo e as estacões estão a procurar novas alternativas mais amigas do ambiente para aquecer as suas instalações.

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