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Moçambique Vai Exportar Camarão Directamente para os EUA


Pela primeira vez na história do país, Moçambique deverá, este ano, começar a exportar directamente camarão para os Estados Unidos da América.

O camarão é um dos principais produtos de exportação daquele país da África Austral.

Só nos últimos catorze anos rendeu a Moçambique divisas no valor de mais de um bilião de dólares americanos.

Mas, nos últimos anos, e devido a vários factores, o negócio de camarão não tem sido dos melhores.

Se, em 1994, o camarão representava 38 por cento do volume global de exportações, representa, hoje, apenas dois por cento.

É um dos produtos de exportação por excelência.

Já chegou a ser o primeiro na lista dos mais exportados por Moçambique. Aconteceu, por exemplo, em 1994 e nos cinco anos subsequentes. Mas, em 2000, a situação mudou. Nesse ano, o que Moçambique mais exportou foi energia eléctrica e, no ano 2001, os lingotes produzidos pela fábrica de alumínios Mozal, um mega projecto, implantado em Beluluane, uma região próxima da cidade de Maputo, Sul do país, fizeram disparar as exportações moçambicanas.

E os valores obtidos pelas exportações do camarão começaram a ser oscilantes e o volume de capturas e de comercialização lá fora, no mercado internacional, a baixar progressivamente.

Se, em 1994, Moçambique obteve cerca de 63 milhões de dólares americanos, e pouco mais de 92, no ano 2001, em 2008 as divisas resultantes da exportação do camarão não foram para além dos 45 milhões de dólares.

A AMAPIC é a Associação Moçambicana de Armadores de Pesca Industrial de Camarão.Cinquenta e cinco por cento da produção exportável do país é feita pelos membros da AMAPIC. O Secretário-geral daquela Associação, João Mangave, explicou à Voz da América as principais razões, os porquês da pesca do camarão não estar a ser boa, em Moçambique.

Falou primeiro João Mangave e a seguir João Macaringue, Presidente do Conselho de Administração do IPEX, Instituto para a Promoção das Exportações de Moçambique, uma instituição subordinada ao Ministério da Indústria e Comércio.

Segundo Macaringue, o camarão ocupava, em 2007, o quarto lugar, mas, no ano seguinte, 2008, desceu para o sétimo na lista dos produtos que Moçambique mais exporta.

Em 2008, foram capturadas e exportadas cerca de 5 mil e quatrocentas toneladas de camarão, contra as mais de nove mil exportadas no ano 2000.

E, este ano, indica o presidente do Instituto para a promoção Exportações de Moçambique, as perspectivas também não deverão ser animadoras.

Espanha, Portugal, França, África do Sul e Angola são, neste momento, os principais mercados do camarão moçambicano, sendo que o preço médio do marisco varia de 4 a 8 dólares americanos, o quilograma.

Um preço que não agrada aos pescadores industriais.

Já houve tempos em que o chamado camarão selvagem chegou a ser comercializado a 9 dólares americanos, por cada quilo.

Mas, nos tempos actuais, a tendência, pelo contrário, é de baixar, como se queixa João Mangave, Secretário Geral da Associação Moçambicana de Armadores de Pesca Industral de Camarão. E, para tentar ajudar, as autoridades moçambicanas estão em busca de mercados alternativos. Foi a pensar nisso que uma delegação, encabeçada pelo Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando, se deslocou recentemente aos Estados Unidos da América.

A delegação, que incluiu responsáveis do Instituto das Exportações e do Centro moçambicano de Promoção de Investimentos, CPI, teve vários encontros e o Presidente do IPEX garantiu que foram um sucesso.

Os americanos mostraram muito interesse em comprar o camarão moçambicano.

E a ideia, acrescentou o presidente do Instituto para a Promoção das Exportações de Moçambique, é trabalhar no sentido de, o mais breve possível, criar as condições para ultrapassar os condicionalismos impostos pelos americanos e, dessa forma, iniciar a venda do camarão nos mercados dos Estados Unidos da América.

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