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Vamos Assistir a Um Declínio Mundial do Produto Interno Bruto


O Banco Mundial publicou um relatório pessimista sobre a economia em 2009, numa altura em os líderes do G20 preparam para debater amanhã a recessão financeira global.

O Relatório do Panorama Económico Global realça as regiões mais atingidas pela crise.

O economista sénior do Banco Mundial, Mick Riordan diz que já lá vão muitos anos em que o crescimento económico foi tão pessimista.

"Pela primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, vamos assistir a um declínio mundial do produto interno bruto. Esta é a realidade para todos os países industrializados, bem como para os em desenvolvimento, onde a queda anda entre um e dois por cento. Realmente é uma situação sem precedente. Estamos confiantes num relançamento global em 2010, mas existe ainda alguma incerteza. Por enquanto estamos concentrados sobre o este ano."

Riordan avança quais das regiões estão a ser mais afectadas pelo actual declínio económico.

"A Europa e a Ásia Central são as regiões mais afectadas e que estão em recessão. Tratam-se efectivamente da Europa de Leste e da Rússia e a chamada comunidade de Estados Independentes as antigas repúblicas da União Soviética, e a América Latina."

A Rússia está a sofrer com a queda vertiginosa dos preços do petróleo, e enfrenta em resultado disso a maior perda da sua economia.

Contudo os países da África subsaariana parecem estar bem melhores.

"A África subsaariana está entre as regiões menos atingidas pelos efeitos negativos desta crise financeira. Geralmente pelo facto da África subsaariana com excepção da África do Sul e da Nigéria, não estar fortemente ligada ao mercado global de capitais. Existem contudo, muita dependência nos investimentos directos estrangeiros – que tem conhecido um aumento substancial nos últimos dez anos – e que mantêm-se apesar das incertezas."

O crescimento na África subsaariana foi de quase 5 por cento em média no ano de 2008, e este ano descreu para 2,4 por cento de acordo com as estimativas do Banco Mundial, nas quais a África do Sul devera atingir apenas um por cento. A Nigéria cai de 6 por cento para cerca de 3 por cento, tendo em conta a queda do preço do petróleo. No Quénia e em vários outros países as situações mantêm-se largamente positivas.

O relatório do Banco Mundial assume contudo precauções em fazer previsões sobre o próximo ano, isto apesar de realçar a existência de sinais encorajadores no horizonte como resultado das medidas tomadas pelo Tesouro americano e pelo facto das acções da Reserva Federal dos Estados Unidos terem sido bem recebidas nos mercados financeiros.

"Esperamos através da Cimeira do G20 obter políticas mais coordenadas, possivelmente sobre os estímulos económicos, ou por outro lado, de reformas financeiras claras. E estas políticas são efectivas para a redução de incertezas que é um outro factor maior nos mercados financeiros."

O economista sénior do Banco Mundial diz que uma saída positiva da cimeira do G20 pode ser vista como o restabelecimento de confiança, e o sinal para que os mercados financeiros mais uma vez possam prosseguir com as melhorias até então alcançadas.

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