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Malawi: Desafiar a Determinação da Comissão Eleitoral


O anúncio acontece no rescaldo da declaração da Comissão Eleitoral que desqualifica o ex-presidente Bakili Muluzi como candidato as próximas presidenciais, tendo em conta o facto de Muluzi ter servido dois mandatos na presidência do Malawi, entre 1994-2004.

Mas o ex-presidente mantêm a legalidade da sua recandidatura, prometendo liderar o seu partido, Frente Democrática Unida ou seja, o UDF, durante a campanha em curso, tendo confiado a três advogados estrangeiros a tarefa de desafiar a determinação da Comissão Eleitoral.

Blessing Chissinga, Professor de Ciências Politicas na Universidade do Malawi, em Zomba, disse ao jornalista Peter Clottey, que a mais recente sondagem indica que o presidente em exercício, Bingu Wa Mutarika, poderá vencer o próximo certame eleitoral facilmente, nas suas palavras, e citamos: na minha opinião, era de esperar, tendo em conta, sobretudo, que a decisão da Comissão Eleitoral foi anunciada um dia antes de Bakili Muluzi ter anunciado a sua candidatura, com o propósito manifesto de assegurar os seus apoiantes para se não deixarem desmoralizar pela decisão da Comissão.

Entretanto, disse o Prof.Chissinga, o partido no poder, o Partido Democrático do Povo, ou seja, o DPP, está muito receoso de das estratégias da oposição unida, que possam resultar na derrota de Bingu Wa Mutarika nas presidenciais de 19 de Maio próximo. Adiantou o especialista malawiano que a sondagem da quarta-feira indica que o Presidente Mutarika se coloca muito a frente de um possível adversário nas próximas eleições, esperando-se que seja reeleito com facilidade.

A sondagem barométrica realizada em três distritos eleitorais do país parece indicar que a maioria dos Malawianos, cerca de 60 por cento, irá votar no Presidente Wa Mutharika e no seu partido DPP, deixando 40 por cento do voto a Tembo, líder oposicionista do MCP, Partido do Congresso do Malawi, e ao UDF, de Muluzi.

O Prof.Chissinga afirma que os resultados de 19 de Maio próximo poderão indicar também a forma como os partidos da oposição terão constituído ou não um sério desafio ao partido no poder, sublinhando que tanto o ex-presidente como John Tembo são grandes oradores de estilo populista, e que Bingu Wa Mutharika enfrenta o problema do seu partido ser constituído maioritariamente de tecnocratas que carecem da veia populista na sua oratória, incapazes de convencer, ah primeira vista, o eleitorado malawiano, masculino ou feminino.

Todavia, disse Blessing Chissinga, o Presidente Mutharika tem a seu favor o facto de ser um administrador eficiente da economia malawiana tendo assegurado suficientes abastecimentos alimentares aos Malawianos desde 2005.

No entanto, adianta o académico, o eleitorado malawiano ainda não se manifestou abertamente contra a decisão da Comissão Eleitoral ilegalizando a candidatura de Bingu Muluzi, e que até agora não se tem registado uma reacção do público a este respeito.

Entretanto, Muluzi disse aos seus apoiantes ao anunciar a sua candidatura, que iria representar o seu partido nas próximas eleições, exortando os partidos da oposição a se juntarem na mesma causa através de estratégias que possam resultar na derrota do Presidente Mutharika.

Ao rejeitar a candidatura de Muluzi, a Comissão Eleitoral afirmou que o contrário seria permitir o regresso ao regime da presidência vitalícia, de Muluzi, no passado.

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