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Gâmbia:Novos Pormenores Sobre Prisão de Líder da Oposição


Na Gâmbia, um dos países vizinhos da Guiné-Bissau, apoiantes da oposicionista Aliança Nacional para a Democracia e Desenvolvimento forneceram novos pormenores sobre o que terá levado a prisão do seu líder, Halifa Sallah, pela polícia.

Sallah, um dos críticos mais abertos do governo do presidente Yayah Jammeh, foi preso na segunda-feira na aldeia de Mukumbaya, nos arredores da capital do país, Banjul, onde existem alegações de abusos dos direitos humanos.

O repórter da Voz da América, James Butty, falou com Sam Sarr, destacado membro do partido de Sallah e editor do jornal gambiano "Soroyaa". "Muitas coisas têm acontecido em Makumbaya", disse Sarr, tendo acrescentado que "os jornais têm noticiado casos de pessoas que foram raptadas e levadas para um local chamado Kololi, a cerca de 25 quilómetros de Banjul". "O que normalmente fazem a essas pessoas", continuou, "é dar-lhes uma mistela para beberem. Elas são forçadas a confessar que são feiticeiros que comeram esta ou aquela pessoa", concluiu.Sarr disse que Sallah estava preocupado sobre o que estaria por detrás desses raptos e o tratamento desumano dos aldeões.

"O que é estranho é o facto dessas pessoas raptadas serem acompanhadas por indivíduos armados e envergando uniformes militares. São também acompanhadas por um grupo de jovens, militantes do partido governamental, conhecidos por "rapazes verdes " e raparigas verdes". Por isso, disse Sarr, no sábado Halifa Sallah deslocou-se a Makumbaya para falar directamente com as vitimas envolvidas. Eles narraram as suas experiências e no dia seguinte ele foi preso".

Em 2007, o presidente Jammeh reivindicou que podia curar a SIDA em três dias. Com as notícias de feitiçaria a serem praticadas em algumas partes do país, Sarr afirmou que os gambianos devem agir para reverter a imagem negativa do seu país.

"Há realmente coisas que têm de ser revertidas porque se pessoas estão a ser forcadas a confessar que são feiticeiros, isso constitui uma violação da constituição, já que o tratamento pode ser considerado como desumano e degradante, por obrigarem a beber uma mistela desconhecida que afecta também a saúde".A Amnistia Internacional manifestou preocupação sobre a liberdade politica e de imprensa na Gâmbia desde que Yayah Jammeh tomou o poder através de um golpe de estado sem derramamento de sangue em 1994.

Recentemente, lideres religiosos do pequeno pais da África Ocidental encravado no Senegal, pediram ao presidente Jammeh para conceder uma amnistia a todos os presos políticos. Jammeh terá dito que os presos políticos cometeram crimes que eram equivalentes a traição e deviam ter sido mortos em circunstâncias normais. A Voz da América fez repetidos pedidos, sem sucesso ao actual e antigos ministros da Informação da Gâmbia para entrevistas sobre assuntos do país.

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