Links de Acesso

Sudão – Libertado Opositor


O governo do Sudão libertou o destacado líder da oposição Hassan al-Turabi, do Partido do Congresso Popular, que havia sido preso em Janeiro depois de pedir ao presidente Omar al-Bashir para se entregar ao Tribunal Penal Internacional de Haia.

Hassan al-Turabi foi o único destacado político sudanês a pedir publicamente ao presidente al-Bashir para se entregar ao Tribunal Penal Internacional. Ele foi preso em várias ocasiões anteriores, mais recentemente no ano passado quando foi acusado de cooperar com um grupo rebelde de Darfur que lançou um ataque a capital sudanesa, Cartum.

A família de Turabi havido pedido a sua libertação, afirmando que o politico, de 76 anos de idade, sofria de tensão alta. Mas membros da família disseram não terem recebido nenhuma explicação para o facto de Turabi, que estava numa prisão da cidade de Port Sudan, ter sido agora libertado. Um outro membro do Partido do Congresso Popular foi também libertado.

Turabi foi um aliado estreito do presidente Bashir, ajudando-o a orquestrar o golpe de estado que o levou ao poder em 1989. Mas os dois acabaram numa luta pelo poder em 1999.

Embora Turabi tenha sido visto como o principal ideólogo islâmico no governo, responsável por albergar Osama Bin Laden no Sudão durante os anos 90, mudou desde então a sua retórica, defendendo a democracia e os direitos humanos. Alguns analistas dizem que ele se está a posicionar como uma face internacional aceitável se o presidente Bashir for forçado a abandonar o poder.

O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandato de captura na semana passada contra o presidente Bashir sob a acusação de crimes contra a humanidade e assassínio, pelo papel do governo sudanês no conflito na região de Darfur. A libertação de Turabi poderá ser uma tentativa para um gesto conciliatório.

Mas numa viagem a Darfur, no domingo, o presidente Bashir continuava desafiador como sempre.

Depois de dançar perante uma multidão de milhares de pessoas em El Fasher, a capital do Darfur do Norte, Bashir disse que o Tribunal Penal Internacional e seus apoiantes estavam "debaixo dos seus pés". Bashir ameaçou expulsar mais organizações humanitárias, assim como soldados de manutenção da paz e diplomatas, se não seguirem as leis sudanesas.

Até agora o governo sudanês expulsou 13 das mais proeminentes organizações de ajuda internacional que operavam em Darfu, incluindo os Médicos Sem Fronteiras, Care e Oxfam, acusando-os de passarem informações ao Tribunal Penal Internacional. Um porta-voz do Ministério sudanês dos Negócios Estrangeiros disse domingo que as expulsões são irreversíveis. As agências foram autorizadas a continuar as suas operações na região semi-autónoma do Sudão do Sul.

Tal como em muitos comícios no Sudão, o de domingo foi organizado pelo governo, acompanhado por níveis elevados de segurança.

XS
SM
MD
LG