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Crise Económica Pode Afectar  Presidênciais Angolanas


O economista angolano, Filomeno Vieira Lopes, não descarta a hipótese da actual crise económica e financeira mundial, vir a ser usada pelas autoridades angolanas como pretexto para a não concretização dos dois acontecimentos importantes e imprevisíveis para este ano, nomeadamente a aprovação da futura constituição e a realização das eleições presidências.

Em declarações a Voz da América, Vieira Lopes, disse que, Angola não está isolada do resto do mundo e possui uma série de variáveis económicas que depende do exterior e que, é afectada por esta crise.

Ao seu entender, o projecto da qualidade da democracia do país é viável e factível termos recursos financeiros, mas as ambiguidades e controversa do próprio processo lançam as incertezas no seio da sociedade angolana quanto a vontade politica do governo em realizar os eventos que concorrem para a edificação das principais infra-estruturas democráticas.

«Estás a lançar zonas cinzentas neste processo, nomeadamente, no que diz respeito, ao fazer uma ligação entre a aprovação da constituição e a realização de eleições presidências, por um lado e por outro, no que diz respeito, se o processo de eleições do presidente da Republica pode ser directa ou indirecta. Neste sentido, lança-se ao povo angolano uma situação de incerteza que naturalmente não favorece. Pode ser, então, que a crise económica e financeira seja um pretexto para que efectivamente não haja vontade política em concretizar estes dois pontos, nomeadamente, a constituição e as eleições presidências.»

Considera ainda que, está-se diante de um jogo político em que nem todos os actores estão inseridos e exige a previsibilidade do processo democrático alegando que o país não pode continuar refém da penumbra e a incerteza.

«Porque os países têm estabilidade quando as coisas são previstas e todos estamos dentro daquilo que vai acontecer. Só alguns é que sabem alguma coisa e têm toda regra do jogo, quando os actores são muitos, isto naturalmente complica a situação.»

O governo angolano tem vindo a levar a cabo uma vasta campanha de esclarecimento sobre o impacto da crise económica internacional na economia angolana, enquanto isso a falta de previsibilidade, o condicionar das eleições a aprovação da futura constituição, bem a indefinição em relação a forma como o presidente deverá ser eleito colocam em desvantagem os outros candidatos que já começam a apresentar sinais de retraimento.

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