Piratas somalis libertaram um navio ucraniano transportando 33 tanques e outro tipo de armamentos que se encontrava retido desde Setembro. Os piratas deixaram o navio partir depois do pagamento de um resgate de 3 milhões e 200 mil dólares.
O navio que leva a bordo 33 tanques de fabricação soviética assim como armas anti-aéreas e outro tipo de armamentos com destino ao porto queniano de Mombaça, encontrava-se ancorado perto do porto somali de Harardhere.
O carregamento do barco suscitou considerável controvérsia. O governo queniano afirma que as armas são para seu uso próprio, contudo fontes diplomáticas naquela região dizem que as mesmas se destinam com efeito ao governo semi-autónomo do sul do Sudão. Os rebeldes do sul do Sudão concluíram em 2005 um acordo com o governo sudanês durante negociações realizadas no Quénia.
Contudo esse acordo parece cada vez mais fragilizado presumindo-se que tanto o governo do norte como op do sul estejam a adquirir armamentos tendo em mente um possível recomeço do conflito.
Um especialista em questões de armamento, Pieter Wezeman, afirmou-nos que tanques semelhantes descarregados anteriormente em Mombaça não foram vistos por observadores tanto no Quénia como no sul do Sudão." Se o governo queniano os encomendou e tomou posse deles, disse Wezeman, então poderíamos esperar que eles os mostrassem só para demonstrar que os têm. Ora, isso nunca aconteceu. O mistério continua portanto. Continua também a haver suspeitas acerca do seu paradeiro se estão ou não no sul do Sudão", concluiu Wezeman.
Entretanto navios da marinha de guerra americana estão a escoltar o navio agora libertado, e o governo ucraniano declarou que o barco vai seguir caminho para Mombaça. De acordo com Weseman, o governo queniano terá grandes dificuldades em manter oculto o destino dos armamentos: " Toda a gente conhece a história do navio. Muita gente está interessada no seu carregamento. Penso que o governo queniano terá que deixar que seja conhecido o paradeiro dos tanques", disse aquele analista.
No ano passado, os piratas somalis apoderaram-se de 42 navios. Desde
o inicio de 2009 desviaram outros 3. Em resposta a estes ataques vários países
decidiram enviar cerca de 20 navios de guerra para patrulhar a extensa costa da
Somália.