Links de Acesso

Somália: Forças da União Africana acusadas de matarem dezenas de civis.


Entidades oficiais na Somália acusaram soldados da força de manutenção da paz da União Africana de dispararem sobre civis na capital, Mogadíscio, matando pelo menos 39 pessoas depois da explosão de uma bomba. Um porta-voz da força da União Africana desmentiu que as tropas tenham disparado sobre civis.

O vice-presidente da Câmara de Mogadíscio, Abdifatah Shaweye, disse que soldados ugandeses abriram fogo contra autocarros públicos, depois de uma bomba ter explodido perto da sua coluna militar.

O autarca descreveu o acontecimento como um massacre, afirmando que as tropas da União Africana mataram 39 civis.

Existem também informações de que as tropas da União Africana confiscaram a câmara vídeo de um jornalista que estava a filmar a cena.

Um porta-voz da missão da União Africana, Bahoku Barigye, confirmou que uma bomba tinha rebentado perto da coluna militar. Mas falando a Voz da América, a partir de Mogadíscio, Barigye classificou os comentários do vice-presidente da câmara de irresponsáveis.

O porta-voz da missão da União Africana (AMISOM) disse não poder discutir "alguns dos detalhes que transpiraram" mas acrescentou ser "lamentável que alguém tenha dito que a AMISOM matou civis inocentes".

"Penso que os somalis não são estúpidos, pelo contrario penso que são suficientemente inteligentes para olharem para os corpos e dizerem se as mortes foram ocasionadas por uma bomba ou por balas" acrescentou.

Os cerca de 3000 soldados ugandeses e burundenses da força de paz da União Africana tornaram-se num alvo cada vez maior de rebeldes islâmicos em Mogadíscio, particularmente desde que as tropas etíopes se retiraram da Somália no mês passado. A União Africana aprovou o envio de mais 5.000 soldados, mas a Nigéria e outros países africanos ainda não cumpriram com as suas promessas de contribuições de efectivos. Na segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, levantou a possibilidade de incorporar as tropas da União Africana numa força maior de manutenção da paz das Nações Unidas.

As tropas etíopes retiraram-se da Somália no mês passado, depois de lá terem estado dois anos a combater rebeldes islâmicos. Contudo, a Etiópia reteve um grande numero de forcas ao longo da fronteira. A agencia Reuters noticiou de que tropas etíopes teriam entrado nos últimos dias em território da Somália, tendo estabelecido um posto de controlo perto de Baladwayne, que é controlada pela radical milícia islâmica Al-Shabaab. A Etiópia nega isso.

No sábado, o líder islâmico moderado Sheikh Shaif Sheikh Ahmed foi empossado como novo presidente da Somália. Foi escolhido pelos deputados do parlamento somali como parte de um acordo apoiado pelas Nações Unidas com o governo de transição somali. A escolha de Sheikh Sharif, que chefia a Aliança para a Relibertação da Somália, foi saudada com algum optimismo. Na segunda-feira, Ban Ki-Moon elogiou a sua escolha.

Mas o Shabaab, que esteve anteriormente aliado com Sheikh Sharif na União dos Tribunais Islamicos que tomaram brevemente controlo de Mogadíscio em 2006, jurou continuar a sua insurreição.

A Rádio Garowe, da Somália, informou que um porta-voz do Shabaab tinha acusado Sheikh Sharif de alinhar com os Estados Unidos sobre o Islão. O grupo radical organizou manifestações contra Sheikh Sharif nas cidades sob seu controlo, incluindo Baidoa, sede do parlamento da Somália. A escolha de Sheikh Sharif foi também rejeitada por uma facção de linha dura da Aliança para a Relibertação da Somália, dirigida por Sheikh Hassan Dahir Aweys e que esta baseada em Asmara, na Eritreia.

XS
SM
MD
LG