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Cimeira da União Africana: Bloqueio a Conackry e Mauritânia


A União Africana impediu as delegações da Mauritânia e da Guiné-Conackry de participarem na Cimeira que arranca no domingo, em Adis Abeba, afirmando que os recentes golpes de Estado ocorridos naqueles países os desqualificam como membro daquela organização.

O presidente do Conselho Executivo da União Africana, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Tanzânia, Bernard Membe, fez o anúncio formal durante a sessão de abertura da cimeira ministerial:

"De acordo com o texto constitutivo aqueles países foram automaticamente suspensos da União Africana. Por isso as cadeiras da Mauritânia e da Guiné-Conackry irão estar vazias. E espero que aquelas cadeiras continuem vazias até que as questões estejam resolvidas."

Membe apelou para que os outros países membros sublinhem perante as delegações de Conackry e da Mauritânia que aquele tipo de golpes militares deixou de ser tolerados em África: "Alguns delegados daqueles países estão no exterior deste edifício ou nos seus hotéis. Encorajo os meus colegas e membros do Conselho Executivo a dizer-lhes que não há golpes bons, nem golpes maus. Um golpe é um golpe e não pode ser tolerado e que só poderão ser aceites neste edifício se forem representantes verdadeiramente democraticamente eleitos por aqueles dois países. A África já teve que bastasse!"

Por outro lado, no discurso assinalando o encerramento da presidência anual da Tanzânia, o seu ministro dos negócios Estrangeiros, Bernard Membe, tornou claro que a União Africana se opõe a qualquer medida do Tribunal Penal Internacional para julgar o presidente Omar al-Bashir, do Sudão.

Membe disse que qualquer acção pendente daquele tribunal irá minar a tarefa da força de paz que, em breve, será colocada no terreno em Darfur.

No âmbito desta Cimeira, o papel dos EUA irá ser inabitualmente discreto. Em reuniões anteriores, destacados elementos do Departamento de Estado utilizaram esta plataforma continental como um fórum para articular os objectivos da política dos EUA para África. Mas, a Administração Obama ainda não nomeou a sua equipa diplomática africana, encontrando-se ainda vago o cargo do embaixador dos EUA junto da União Africana. A delegação americana presente em Cartum será liderada pelo actual Secretário de Estado Assistente para as Questões Africanas em exercício, Philip Carter, um diplomata de carreira.

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