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Obama e Congresso: Trabalho Futuro


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na cerimónia de investidura fez um apelo aos americanos para porem fim ao que chamou de “políticas caducas” para que o país possa seguir em frente.

Mas qual será o relacionamento de Obama com o Congresso, onde durante décadas essas politicas têm sido prática geral, apesar dos apelos de sucessivos presidentes a uma cooperação bipartidária.

Durante a sua campanha presidencial, Barack Obama falou muitas vezes da necessidade de um novo estilo de política, um apelo que expressou novamente no seu discurso de tomada de posse:

“Hoje, viemos proclamar o fim de pequenos agravos e falsas promessas, recriminações e dogmas gastos, que durante demasiado tempo estrangularam a nossa política.”

Durante décadas, muitos presidentes começaram os seus mandatos com promessas de procurar níveis mais elevados de cooperação bipartidária. Alguns foram mais bem sucedidos que outros.

O poder da vitória do presidente Obama nas eleições de Novembro último e as aproximações iniciais que fez aos republicanos antes da tomada de posse, poderão ajudar a amaciar o caminho para a sua agenda no Congresso.

O líder republicano na Câmara dos Representantes, John Boehner, parece estar a procurar assentar os alicerces para essa cooperação, ao afirmar terça-feira, num comunicado, que os republicanos tentarão encontrar um caminho comum com o presidente sobre soluções para, entre outras, a crise económica americana.

No seu discurso, o presidente Obama referiu-se também ao que chamou de uma mudança no campo político afirmando nas suas palavras que “argumentos políticos mesquinhos que nos têm consumido desde há muito deixarão de ter razão”.

A sua tarefa agora nos próximos meses e anos será reforçar essa mudança de uma forma persuasiva e respeitadora.

Aquando dos brindes com membros do Congresso, no tradicional almoço após a tomada de posse, no edifício do Congresso, o novo presidente afirmou que os americanos que falaram através do seu voto nas eleições de Novembro, esperam que o seu presidente e os congressistas trabalhem em conjunto.

“ O povo Americano compareceu junto independente das raças e regiões. Nós temos de fazer o mesmo. Cabe-nos agora a nós, os representantes do povo, de dar o melhor da nossa devoção a causa da liberdade e justiça, decência e dignidade e a nossa câmara deve reflectir o que sabemos estar nos corações dos americanos.”

Uma larga maioria democrática na Câmara dos Representantes e do Senado e pressões dos legisladores para lidarem efectivamente com a crise económica, sem dúvida nenhuma que irão ajudar o presidente Obama a conseguir a aprovação dos seus objectivos em política interna e externa no Congresso.

O que irá ajudar também são os excelentes contactos no Congresso do seu chefe de gabinete, e antigo congressista do Illinois, Rham Emmanuel, bem como a influência de outros ex-elementos do Congresso que serviram o presidente Obama e o vice-presidente Joe Biden.

Destacados membros da nova administração do presidente Obama não perderam tempo depois da cerimónia da tomada de posse para trabalhar a mais importante peca de legislação que o Congresso vai debater em décadas – uma lei para a recuperação económica.

Os democratas querem a legislação completada até meados de Fevereiro. Mas o presidente Obama tem um duro trabalho pela frente para reduzir as preocupações dos republicanos sobre o elevado montante financeiro da medida: cerca de 825 mil milhões de dólares.

Também haverá pela frente mais trabalho duro sobre assuntos como reformas de regulamentação financeira. O sucesso do presidente Obama em transpor esses obstáculos iniciais fornecerá um teste sobre a sua capacidade para navegar nas águas partidárias que dividem o Congresso.

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