Links de Acesso

Somália: Rebeldes Ocupam Antigas Bases Etíopes


Na Somália, combatentes islâmicos leais à União dos Tribunais Islâmicos tomaram o controlo de várias bases abandonadas por tropas etíopes em Mogadíscio. A capital somali permanece tensa por entre receios de que a milícia al-Shabab possa lançar ataques contra islâmicos moderados e forças de manutenção da paz da União Africana para controlar a cidade.

Residentes de Mogadíscio disseram que a União dos Tribunais Islâmicos apertou a segurança e possui agora mais posições na cidade.

A União dos Tribunais Islâmicos ocupou seis bases militares na quinta-feira, depois da Etiópia ter terminado a retirada das suas forcas de Mogadíscio, pondo fim a uma missão de dois anos destinada a proteger o débil governo federal de transição. A União dos Tribunais Islâmicos foi derrubada do poder pela Etiópia em finais de 2006.

Tropas governamentais ocupam duas antigas bases etíopes no extremo sul de Mogadíscio e cerca de três mil soldados do Uganda e Burundi da força de manutenção de paz da União Africana estão a guardar o palácio presidencial e o aeroporto e o porto da capital.

Mas Mogadíscio está longe de estar calma, após ameaças do grupo militante al-Shabab ligado à al-Qaida de continuar os seus ataques contra a força de manutenção de paz da União Africana, conhecida pela sigla AMISOM. O porta-voz da al-Shabab, Muktar Robow, afirmou que o seu grupo não vê diferenças entre as tropas etíopes e os soldados da União Africana.

Robow disse que os combatentes da al-Shabab irão concentrar agora os seus ataques contra os soldados de manutenção da paz a menos que a AMISOM concorde em deixar a Somalia imediatamente.

O porta-voz da AMISOM, o major ugandês Barigye Ba-Hoku minimizou a ameaça, dizendo que a al-Shabab está a tentar prejudicar uma oportunidade para os somalis acabarem com a rebelião e alcançarem estabilidade.

O porta-voz recordou que aneriormente os rebeldes sempre tinham afuirmado estarem alutar contra "uma forca de ocupacao da Etiopia".

"A AMISOM não é de nenhuma forma e nunca será, uma forca de ocupação" acrescentou.

Não se sabe se a milícia da Uniao dos Tribunais Islâmicos em Mogadiscio inclui membros da al-Shabab. O grupo radical, que jurou tornar a Somália num estrito estado islâmico, funcionou como a ala militar da União dos Tribunais Islâmicos antes de se separar em 2007. Combatentes da al-Shabab e da União dos Tribunais Islâmicos lutaram muitas vezes lado a lado nos últimos dois anos. Mas tornaram-se recentemente rivais.

Com os etíopes fora de Mogadiscio, há indicações de que muitos rebeldes islâmicos, clérigos e residentes querem o fim do conflito, que já matou cerca de 16 mil civis e deixou um terço da população da Somália dependente de ajuda alimentar.

Alguns clérigos islâmicos têm criticado publicamente a posição da al-Shabab sobre a força da União Africana, mostrando haver uma grande brecha entre islâmicos moderados e de linha dura sobre a matéria.

Muitos moderados estão inclinados a apoiar uma facção da oposição islâmica baseada em Djibuti chamada Aliança para a Re-libertação da Somália. A aliança política, liderada pelo antigo líder da União dos Tribunais Islâmicos, Sheik Sharif Sheik Ahmed, foi inicialmente criticada por assinar um acordo de paz patrocinado pelas Nações Unidas com o governo apoiado pela Etiópia. Muitos somalis não acreditavam que a Etiópia cumprisse a sua promessa de se retirar e autorizar uma forca conjunta de combatentes islâmicos e tropas governamentais a tomar o seu lugar.

Mas a al-Shabab e outro grupo islâmico somáli de linha dura, baseado na Eritreia, recusou participar no processo de paz, levantando receios de que uma prolongada luta pelo poder dentro do movimento islâmico esta ainda para começar.

XS
SM
MD
LG