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Corno de África: Milhões  de  Pessoas em Risco  de  Fome – Cruz  Vermelha


A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho alertou que 20 milhoes de pessoas na região do Corno de África correm o risco de fome, e que acção urgente deve ser tomada para evitar uma catástrofe humanitária.

O Movimento Internacional da Cruz Vermelha lançou um apelo de fundo de mais de 80 milhões de dólares destinados a ajudar 3,5 milhões de pessoas nos próximos cinco anos.

A Federação Internacional da Cruz e Crescente Vermelhos anunciou que ainda não existe uma situação aguda de fome no Corno de África, mas adverte que milhões de pessoas naquela região estão em risco de penúria alimentar. Diz ainda a Cruz Vermelha Internacional que se o mundo não prestar atenção ao que se está a passar, poder-se-á assistir nas Televisões as mesmas imagens de 1984.

A região do Corno de África está perante uma grave seca. A Cruz Vermelha diz ainda que as reservas alimentares são poucas, e muitas pessoas estão a passar fome, dispondo de apenas uma refeição por dia. A água está se a escassear, e muitas quintas perderam mais de 70 por cento das terras aràveis por causa da seca.

Roger Bracke um responsável da Cruz Vermelha esteve em missão de avaliação no Corno de África, diz que a severidade e duração da seca tem a ver provavelmente com as mudanças climáticas.

"Acreditamos ser provavelmente a primeira vez na história que uma tal insegurança alimentar está ligada a factores externos, mais resultado da acção humana, do que própriamente de causas naturais," disse Bracke que sublinhou que a "influencia nos preços dos cereais nos mercados mundiais nesta crise é enorme."

Bracke sublinha ainda que o alto custo dos combustíveis está a tornar mais caro a produção e o transporte dos alimentos, e que as flutuações do dólar americano estão a afectar negativamente o valor real das despesas de muitas famílias.

Esse responsável da Cruz Vermelha disse por outro lado ser elevada a taxa de subnutrição, uma situção que de certo vai ainda piorar, deixando receios de um aumento da mortalidade materno-infantil.

Bracke disse que esta é a primeira vez que a Cruz Vermelha Internacional lança um apelo de assitencia de cinco anos, em vez dos habituais 12 meses.

" Se aquelas pessoas apenas receberem comida, poderão sobreviver a esta crise" disse Bracke frisando que essas pessoas continuarão "vulneráveis daqui a seis meses".

"Portanto, há uma mensagem vital de que não estamos apenas a dar atenção à mera sobrevivência das pessoas, mas que estamos preocupados em permitir-lhes uma vida condigna, mais sustentável, de forma que possam produzir e pagar pela sua alimentação" acrescentou.

"Por isso não devemos parar, isto porque dentro de seis meses vai haver mais uma nova crise" disse.

As operações humanitarias da Cruz Vermelha vão abranger o Djibouti, Etiópia, Somália e Quénia. O Sudão não está incluído no apelo pelo facto da sua crise alimentar ser crónica e não estar relacionada com a seca assegurou o Cruz Vermelha. A Eritreia também não foi incluída no grupo porque o seu governo crê poder controlar ainda a situação reporta ainda a Cruz Vermelha.

Emergência alimentar é segundo a Cruz Vermelha a principal acção da sua operação que vai também incluir programas de água, saúde e de saneamento do meio.

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