Links de Acesso

Zimbabué: Crise de Saúde e Sanitária


Responsáveis humanitários expressam uma crescente preocupação sobre a deterioração das condições de saúde e sanitárias no Zimbabué, enquanto as conversações entre os partidos políticos não mostram sinais de progresso

O vice-ministro da Saúde Edwin Muguti apelou esta quinta-feira à ajuda internacional para combater uma crescente epidemia de cólera que já matou cerca de 400 pessoas.

O apelo do ministro ocorreu numa altura em que na África do Sul e no Botswana, eram detectados casos de cólera em viajantes oriundos do Zimbabué.

A ministra sul-africana da saúde, Barbara Hogan, disse que os serviços de saúde do seu país estão a tentar acudir às vítimas zimbabueianas e responder a crise a todos os níveis.

A ministra acrescentou que o foco principal deverá ser a reparação das instalações sanitárias e o fornecimento de água potável no Zimbabué.

A organização das Nações Unidas (ONU) notificou cerca de nove mil casos de cólera no Zimbabué, indicando que a cólera se está a espalhar devido ao colapso do sistema de saúde e do sistema de saneamento. Os serviços públicos zimbabueianos têm conhecido graves quebras devido ao declínio económico, à falta de bens básicos e à fuga de trabalhadores qualificados.

A ONU acrescenta que metade da população de 10 milhões de pessoas precisa de assistência alimentar, um número com tendência a aumentar nos próximos meses. Mas acrescenta que a menos que haja mais donativos, a ajuda alimentar se esgotará em Janeiro.

Nos últimos tempos são cada vez mais os apelos ao isolamento do governo do presidente Robert Mugabe, devido à falta de progresso nas conversações entre os principais partidos do país.

As conversações destinadas a formar um governo de unidade nacional decorrem há mais de dois meses, desde que as partes assinaram um acordo de partilha de poder. Ao abrigo do acordo, o partido ZANU-PF de Robert Mugabe irá partilhar posições ministeriais com duas facções do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), que obteve a maioria dos lugares parlamentares, nas eleições de há oito meses.

O líder da principal facção do MDC, o primeiro-ministro designado Morgan Tsvangirai, afirmava em comunicado, ontem divulgado, que o seu partido está agora mais concentrado na crise humanitária que nas conversações para a partilha de poder.

Tsvangirai acusou o partido de Mugabe de recusar pôr em prática o acordo de partilha de poder. E pediu também o afastamento do mediador das conversações, o antigo chefe de estado sul-africano Thabo Mbeki, a quem acusou de não ter entendido os problemas do Zimbabué e de ter apoiado a ZANU-PF.

Contudo, Tsvangirai frizou que o seu partido continuava a participar nas discussões em curso.

Relacionados

XS
SM
MD
LG