A Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC),
organização que integra Angola e Moçambique, pode vir a intervir militarmente
no conflito da República Democrática do Congo.
Aventada recentemente a hipótese, durante as cimeiras do Quénia e da África do
Sul, a possibilidade daquela organização continental vir a intervir em apoio ao
governo do presidente congolês, Joseph Kabila, na difícil tarefa de restauração
da autoridade do Estado a todo o território nacional, ganhou consistência nos últimos
dias, com o vice-ministro das Relações Exteriores angolano, George Chikoti,
a admitir o facto do seu país ter iniciado o processo de recrutamento de
soldados, para uma eventual missão da SADC, na República Democrática do Congo.
A concretizar-se essa eventual intervenção militar, estar-se-ia, na RDC, na iminência
da repetição do cenário de uma guerra regional, semelhante à de
1998/2003, que de um e outro lado da trincheira contou, na altura, com o
envolvimento das tropas do Zimbabwe,
de Angola e da Namíbia em apoio
as forças do governo de Kinshasa, a par do Ruanda e do Uganda, estes ao lado
das forças rebeldes.
Para nos ajudar a compreender o xadrez político- militar, na República Democrática do Congo, convidamos
Calton Cadeado, analista e investigador do Departamento para a Paz e Conflitos
do Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique.