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Angola: Professores Faltam no Início dos Exames


Luanda, 27 Out 2008 - O vice-presidente do Sindicato dos Professores (SINPROF), Manuel Victória Pereira, disse hoje que o início, esta segunda-feira, dos exames finais dos sistemas que funcionam em regime trimestral está a ser marcado por uma grande ausência de professores na província do Bengo, como consequência da greve que está a ser observada e de vários outros avisos de paralisação ao nível de outras províncias.

Segundo Victória Pereira, durante a pausa de 45 dias decretada pelo Governo, por altura da realização das eleições legislativas de Setembro, o SINPROF e o Ministério da Educação estavam com algumas questões pendentes, entre as quais o prometido acerto de categorias, de acordo com um decreto publicado em Março último. Ele lembrou que naquela altura os professores, que não tinham ainda a sua situação laboral resolvida, aguardavam que o acerto prometido acontecesse entre Julho e Agosto, mas até Setembro a maioria dos professores ainda não tinha visto o seu salário ser liquidado.

O vice-presidente do SINPROF disse ainda que esta situação cria de certa maneira um peso na relação entre os que deveriam estar mais aproximados do diálogo.

«Neste preciso momento os sistemas que têm regime a nível trimestral estão a fazer provas finais. Neste momento o que o governo conseguiu arranjar é que em determinados pontos, em determinados focos de tensão, como é o caso do Bengo onde se recusou a continuar um diálogo construtivo com os trabalhadores, provocou uma greve e desencadeou-se o aparelho repressivo que deteve já 10 dos nossos colegas, estando um ainda em detenção inexplicavelmente. Hoje estas provas começaram com uma grande ausência de professores.»

A situação que se vive no Bengo, segundo Manuel Victória Pereira, provocou já um movimento de solidariedade por parte das outras províncias que ameaçam também a entrar em greve.

Este responsável associativo referiu que nas áreas onde ele considera que «o poder local é extremamente autoritário», o SINPROF tem estado a aconselhar o patronato, que a melhor via é a do diálogo para evitar mais prejuízos.

Ele disse que da mesma forma que o sindicato tem estado a advertir a todos que o caminho para a solução dos problemas que colocam de costas viradas os professores e o Ministério da Educação é executando o que realmente a carreira prevê.

Em relação a eventual greve geral, Victória Pereira disse que por enquanto não existe nenhuma outra informação apesar da predisposição manifestada nas recentes declarações das forças sindicais nas diferentes províncias do país.

Entretanto, dois responsáveis sindicais da província do Bengo, que haviam sido soltos a semana passada, voltaram a ser presos hoje.

Segundo Manuel Victória Pereira, trata-se de Manuel Azevedo, secretário-geral do SINPROF do Bengo e de Fernando Avelino, secretário municipal de Icolo e Bengo (Catete), postos em liberdade pelo Tribunal Provincial do Bengo por falta de provas que justificassem a sua prisão.

O vice-presidente do SINPROF declarou que a nova prisão deve-se ao facto de eles terem contestado a substituição dos professores grevistas por outros, decisão essa tomada pelo patronato. (Visão Angola)

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