A Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice reuniu-se, em Washington, com o novo líder do Congresso Nacional Africano, ANC, Jacob Zuma.O encontro entre Condoleeza Rice e o presidente do ANC serviu para a análise da situação do Zimbabwe.
No fim da reunião e falando à imprensa, Jacob Zuma disse ter concordado com Rice sobre a necessidade das partes envolvidas nas conversações sobre a partilha do poder no Zimbabwe alcançarem um acordo final.
A administração do presidente George Bush, adoptou posições críticas face à liderança sul- africana na mediação do processo, por estes terem alegadamente falhado no uso de toda a suposta influência que tem na região para pressionar o lider zimbabweano a aceitar as reformas propostas.
Entretanto, no fim da reunião com a Secretária de Estado americana, o líder do ANC, Jacob Zuma, tido como o potencial próximo presidente da África do Sul em 2009, disse que ambos partilham do mesmo ponto de vista quanto à necessidade do Zimbabwe ter um governo de unidade nacional.
Mas, apesar das boas vontades, o certo e que as conversações visando a distribuição das pastas ministeriais continuam num impasse.E os Estados Unidos ameaçaram com novas sanções contra o presidente Robert Mugabe e os seus mais próximos colaboradores.
O líder do ANC disse que Condoleeza Rice ter-lhe-ia garantido que as actuais sanções se iriam manter até que um acordo, mediado pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a SADC, seja alcançado: "A Secretária disse que as actuais sanções se iriam manter até que houvesse uma solução para o problema. Foi isto que ela disse. E, concerteza, que a SADC está a lidar com a questão. Eles estão actualmente a lidar com a situação. E, como sabem, estiveram reunidos a propósito em Mbabane, na Suazilândia".
Jacob Zuma exortou, por outro lado, os políticos zimbabweanos a se engajarem mais para quebra do impasse negocial sobre o acordo de partilha do poder.
Recorde-se que o líder da oposição, Morgan Tvsangirai, recusou, na segunda-feira, participar na cimeira regional na Suazilândia, versando a crise no Zimbabwe, sob a alegação de que o governo de Harare teria recusado a renovação do seu passaporte.
Referindo-se, ontem, ao caso Zuma disse que o governo zimbabweano tem procurado obstaculizar o processo negocial. Disse Zuma: "Não podemos ter este tipo de situações, sobretudo quando se lida com questões muito importantes. Uma das mais importantes figuras do processo não pode participar na reunião, por não ter um passaporte ? Creio que isso soa estranho".
Para o líder do ANC, o acordo em questão só poderá ser implementado se as duas partes para tal concordarem: "Se se tem um pacote sobre o qual existe um acordo, saudado pelo mundo, porquê, agora, tantas dificuldades para a sua implementação? Acima de tudo, não se trata de uma solução permanente. Estamos aqui a falar de uma solução interina. Então, porque razão teria que ser assim tão difícil?"
O novo líder do ANC desmentiu, por outro lado, especulações que dão conta de que, caso venha a ser eleito presidente da África do Sul, nas previstas eleições de 2009, adoptaria posições bem mais rígidas contra Mugabe, do que as até então adoptadas pelo seu antecessor, Thabo Mbeki, que tem liderado os esforços de mediação da crise política no Zimbabwe.
