O novo governo da África do Sul pediu ao ex-presidente Thabo Mbeki para continuar a mediar a crise política no Zimbabué. Mas o presidente Mugabe disse que o envolvimento de Mbeki não era agora necessário para quebrar o impasse que ameaça descarrilar o acordo de partilha do poder.
Há três semanas o presidente Mugabe aceitou partilhar o poder com o antigo líder da oposição Morgan Tsvangirai que é agora primeiro-ministro designado.
Depois disso, Mugabe foi ao Egipto passar umas curtas férias, dali seguiu para Nova Iorque para discursar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas. No seu regresso Mugabe tornou claro que deseja reter todos os principais ministérios.
Tsvangirai não tem conseguido negociar com Mugabe sobre a composição governamental e pediu assistência à SADC, que por sua vez pediu a Mbeki para ir a Harare desbloquear o assunto.
Contudo, fontes em Harare disseram que Mbeki não poderá deslocar-se a capital do Zimbabué a menos que seja convidado pela ZANU-PF e o MDC.
Contudo, segundo as mesmas fontes, a ZANU-PF afirmou não haver problema e que as negociações estavam a ir bem estando próxima uma solução.
Enquanto isto, há noticias de que apoiantes do MDC estão a ser perseguidos, presos e agredidos. E existe uma grave situação humanitária com falta de alimentos e centenas de milhar de pessoas alinham-se diariamente para obter dinheiro nos bancos por forma a comprarem bens essenciais.
Sem avisar ou consultar quem devia, o Banco Central do Zimbabué cancelou quinta-feira muitos pagamentos através de transferência electrónicas, a única forma de muitas pessoas poderem adquirir bens e serviços. O problema é que os bancos estão sem dinheiro.
As Nações Unidas informaram quinta-feira que a situação no Zimbabué está a deteriorar-se e que vai piorar no próximo ano.
Estima-se que perto de quatro milhões de pessoas ficarão com falta de alimentos até ao fim do ano. Durante o primeiro trimestre de 2009 mais de cinco milhões de pessoas vão necessitar de ajuda alimentar.