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Mauritânia: Presidente e Primeiro Ministro Presos pelos Militares


Notícias provenientes da Mauritânia dão conta de um golpe de estado, aparentemente sem sangue, tendo o presidente da república e o primeiro ministro presos pelos militares.

A filha de Sidi Mohamed Ould Cheikh Abdallahi disse a jornalistas que os militares tomaram o controlo do palácio presidencial e de outros edifícios chaves de Nouakchott na manhã de hoje.

As estações públicas de rádio e de televisão também estão sob o controlo dos militares e as emissões foram interrompidas.

De acordo com as notícias que chegam de Nouakchott, os militares decidiram tomar o poder, horas depois do presidente da república ter demitido as chefias militares.

Três dos oficiais demitidos instalaram-se no palácio presidencial, criaram um conselho de Estado, e anunciaram o fim do mandato do presidente Sidi Mohamed Ould Cheikh Adballahi.

O primeiro ministro e o ministro do interior também se encontram detidos pelos golpistas.

Horas mais tarde, um dos generais anunciou igualmente a anulação do decreto presidencial que os demitia do cargo.

O jornalista Seyid Ould Seyid diz que a calma prevalece nas ruas da capital Nouakchott, após o anuncio do golpe militar.

Segundo Seyid, “o mais poderoso general mauritaniano Mohamed Ould Abdelaziz, anunciou que é o novo presidente militar da Mauritânia. Assim que o comunicado de imprensa foi tornado publico, foi suspensa a emissão da televisão. As pessoas estão ainda sob o choque”.

Seyid adianta que não tem havido violência na capital. “Não há manifestações de apoio ao presidente. Não há confusões nas ruas. Tudo parece estar sob o controlo dos militares”, disse ele.

De acordo ainda com o jornalista mauritaniano, as pessoas estão a usar os telemóveis, trocando informações sobre as razões das suspensões das emissões da rádio e da televisão.

O presidente Abdallahi assumiu o poder a seguir as eleições democráticas em 2007, que marcaram o fim de um governo militar que tinha tomado o poder por meio de um golpe militar dois anos antes.

Ainda no início desta semana vários membros do partido do presidente Abdellahi abandonaram a coligação governamental em sinal de protesto a política do governo.

Kissy Agyeman, uma especialista em questões sub-saharianas da organização inglesa Global Insight, diz que o golpe de estado de hoje não passa de uma acção parecida a uma greve.

Agyemon pensa que o golpe “está em relação com o incidente do início desta semana, quando 48 deputados abandonaram a coligação no poder em protesto a uma série de questões, mas principalmente com o facto de se terem sentidos de que nada tem sido feito suficientemente, para ultrapassar a crise provocada pelos aumentos dos preços dos produtos alimentares. E eles apelaram para a criação de uma comissão para investigar a crise alimentar”.

Agyeman adiantou por outro que na segunda-feira os deputados tinham exigido um inquérito aos activos financeiros da primeira dama.

O presidente, no entanto tinha rejeitado as propostas dos parlamentares.

Segundo ainda a especialista da Global Insight, algumas fontes têm relacionado os antigos generais com o golpe militar. Quanto ao presidente, ele encontra-se ainda sob a custódia dos militares e em parte incerta.

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