O líder da oposição da Zimbabwe, Morgan
Tsvangirai encontra-se refugiado na embaixada da Holanda, na capital Harare. A
decisão de Tsvangirai de procurar protecção junto daquela missão diplomática
ocidental acontece precisamente um dia depois de ter anunciado a desistência da
sua candidatura à segunda volta das eleições.
O ministro dos negócios estrangeiros holandês
confirmou há instantes que Morgan Tsvangirai está de facto refugiado na
embaixada da Holanda em Harare.
Aquele governante holandês, disse ainda que a
decisão de acolher o líder da oposição do Zimbabwe foi tomada esta manhã, pelo
ministério dos negócios estrangeiros da Holanda, na sequência de um pedido e
nesse sentido formulado pelo seu partido, o Movimento para a Mudança
Democrática, MDC.
Tsvangirai refugiou-se na embaixada holandesa,
depois da policia zimbabweana ter esta manhã levado a cabo uma incursão contra
a sede do seu partido e detido dezenas de apoiantes da oposição.
De acordo com o MDC, a maior parte dos detidos
eram mães e filhos das vítimas da violência política no país, que tinham
procurado refugio na sede central daquele partido da oposição, na capital
Harare.
Hoje ao principio da manhã, Tsvangirai disse a
uma estação de rádio sul africana, de que estaria disposto a negociar com o
presidente Robert Mugabe, se este pusesse fim à violência política no país.
Morgan Tsvangirai decidiu retirar ontem a sua
candidatura à segunda volta das eleições presidenciais zimbabweanas, por a
considerar de ilegítima e de uma vergonha nacional, isto apesar do ministro da
justiça Patrick Chinamasa, ter confirmado, que com ou sem Tsvangirai, a segunda
volta das eleições, iriam ser realizadas dentro da data prevista.
Esta posição de Chinamasa surge na sequência
de declarações feitas pelo próprio presidente da comissão eleitoral do
Zimbabwe, George Chiweshe, que disse a uma estação de rádio sul africana, que
estavam reunidas todas as condições para que a segunda volta das eleições,
decorra de forma credível e transparente.
"Tudo está a postos, a nossa logística está
funcionar, estamos a enviar o nosso pessoal, os fiscais eleitorais das
assembleias de voto para o terreno, para os distritos, para os centros
eleitorais. Estamos a fazer tudo isso".
O presidente Thabo Mbeki que mediou no ano
passado, as conversações entre o Movimento para a Mudança Democrática e a
ZANU-PF de Robert Mugabe diz esperar que as partes regressem à mesa das
conversações.
"Continua sendo necessário que a liderança política
do Zimbabwe se sente à mesa para encontrar uma solução para os desafios de que
o Zimbabwe faz face. Portanto, devo contar que a liderança política do país,
continue aberta ao processo de dialogo, que poderá resultar num eventual acordo
para a resolução do problema do país.
Entretanto, ontem o líder da oposição Morgan
Tsvangirai manifestou-se favorável a um engajamento alargado dos países
africanos na busca de uma solução para a crise zimbabweana, incluindo a União
Africana, organização continental que tornou hoje publica uma declaração, na
qual se manifesta preocupada com o agravamento da situação no Zimbabwe.