Links de Acesso

Tsvangirai: Uma Junta Militar Governa o Zimbabwe


O líder da oposição, no Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, afirma que o país está ser governado pelos militares e pela polícia. E adianta admitir a criação de um governo de unidade nacional é uma questão prematura, dado estar agora empenhado na campanha eleitoral para as presidenciais.

Durante uma conferência de imprensa, realizada na terça-feira, Morgan Tsvangirai disse que a violência contra membros do seu partido, o Movimento para a Mudança, continua a ser um facto desde que o seu partido ganhou, por maioria dos votos, nas eleições parlamentares e presidenciais de 29 de Março.

Tsvangirai responsabilizou o partido ZANU-PF, do presidente Robert Mugabe: “Nós ganhámos as eleições e apenas o derrotado tem contas a ajustar com as massas e foi por isso que a ZANU-PF estabeleceu bases em todo o país. Quando o plano dos militares foi revelado, este país assistiu a um golpe de Estado de facto e está agora a ser governado por uma junta militar”.

A oposição afirma que 66 pessoas foram mortas, que 200 estão dadas como desaparecidas, que três mil foram feridas e que 25 mil foram desalojadas em resultado da violência desencadeada desde as eleições.

Tsvangirai afirmou ainda que o seu partido não está envolvido em quaisquer negociações para a formação de um governo de unidade nacional, afirmando que está a preparar-se para a segunda volta das presidenciais. Disse ele: “Existe uma dinâmica crescente relativamente à questão de um governo de unidade nacional. A especulação sobre esta questão com alguns a dizer que as negociações estão a ter lugar, com outros a dizer que um acordo já foi assinado. A única diferença é que Tsvangirai quer um governo antes das eleições e Mugabe quer um governo de unidade nacional depois das eleições. Nada poderia estar mais longe da verdade.”

Mas, o candidato da oposição não excluiu a reconciliação, depois da segunda volta das presidenciais: “Temos vindo a afirmar publicamente que, logo que o mandato nos seja atribuído, nós iremos formar um governo inclusivo como forma de gerir a nossa transição. Estamos empenhados nesta opção. O modelo queniano de unidade nacional não é uma opção porque, aqui, temos resultados conclusivos, porque o povo se pronunciou e a decisão do povo tem que ser respeitada”.

Observadores políticos afirmam que, mesmo que Mugabe proclame vitória na segunda volta das presidenciais, irá ter dificuldades em reivindicar um mandato depois da votação ter sido minada pela campanha de violência. Isso poderá ditar que uma coligação possa ser a única forma de restaurar a legitimidade.

XS
SM
MD
LG