O Zimbabwe indicou que a segunda volta do sufrágio presidencial entre o presidente Robert Mugabe e Morgan Tsvangirai será realizada a 27 de Junho. O dirigente da oposição reiterou que vai disputar a segunda volta embora continue a afirmar que a data é ilegal.
A comissão eleitoral do Zimbabwe anunciou que os eleitores irão as urnas dentro de seis semanas para escolher o presidente da republica.
O presidente Robert Mugabe terá de enfrentar o dirigente da oposição Morgan Tsvangirai após ter ficado em segundo lugar com 43 por cento dos votos contra Tsvangirai com 47 por cento.
A oposição sustenta que Tsvangirai obteve mais de cinquenta por cento dos sufrágios na primeira volta e por isso deve ser declarado vencedor.
Os resultados oficiais do voto presidencial foram atrasados durante cinco semanas, tendo a comissão eleitoral prorrogado a data da segunda volta para noventa dias – ou seja, mais de dois meses mais tarde do que os 21 dias anteriormente exigidos.
Tsvangirai que tem estado fora do Zimbabwe, afirmou aos jornalistas na Irlanda do Norte que vai participar no sufrágio, mas sob protesto.
'A data de 27 de Junho foi definida. Iremos contestar, pois a única data legal que a Comissão Eleitoral pode marcar dentro da legalidade é a do dia 23 de Maio'.
Mugabe reuniu esta sexta feira com responsáveis da ZANU-PF para planear a estratégia eleitoral.
A ZANU-PF que tem detido o poder desde a independência há 28 anos atras, perdeu a maioria parlamentar nos sufrágios de 29 de Marco embora as duas partes continuem a contestara quase um quarto dos resultados obtidos.
Responsáveis do Movimento para a Mudança Democrática indicaram que Tsvangirai deveria regressar ao Zimbabwe amanhã, sábado, que vai efectuar comícios por todo o pais para agradecer aos seus apoiantes os seus votos e ainda visitar as vitimas da violência que se seguiu.
A oposição sustenta que dezenas de apoiantes foram mortos, e centenas de outros feridos em consequência de ataques registados desde que os resultados foram anunciados.
O governo acusa a oposição de fomentar a violência, com grupos de direitos humanos referindo que alguns incidentes foram cometidos por apoiantes da oposição, mas que a maioria por apoiantes do governo algumas vezes com apoio de elementos das forças de segurança.
Chris Maroleng, especialista do Instituto de Estudos de Segurança da África do Sul, afirma que devido à violência e aos atrasos, não existe tempo suficiente para um sufrágio livre e honesto.
'O problema com as eleições no Zimbabwe é que criam uma dinâmica de adversários. Normalmente este género de dinâmica conduz a aceitação do uso da violência como forma de resolver as diferenças políticas'.
Este especialista adianta a existência de alguns grupos que tem apelado as duas partes para trabalharem juntos, na perspectiva de um governo de transição ou de um governo de unidade nacional, para criar um ambiente que possa permitir um sufrágio livre e honesto.