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Assistência Urgente


Os responsáveis das Nações Unidas manifestam profunda frustração pelo facto da comunidade internacional não poder, até agora, enviar a assistência urgente de que os sobreviventes do Ciclone Nargis necessitam, afirmando que têm à sua disposição abastecimentos, meios e pessoal especializado para o envio rápido e eficiente da ajuda necessária às vitimas do desastre.

Mas acentuam os responsáveis daquele organismo internacional que até agora não lhes foi autorizado pelo governo birmanês entrarem em acção, nesse sentido.

Elizabeth Byrs, porta voz da Organização das Nações Unidas para a Coordenação da Assistência Humanitária, disse que menos um milhão e meio de pessoas estão severamente afectadas pela magnitude do desastre, e que menos da metade das vitimas não tem recebido até agora qualquer ajuda:

’A amplitude do desastre é enorme...o que torna necessária uma acção imediata afim de se evitar um segundo... talvez um terceiro...desastre....o único problema é a lentidão da resposta por parte dos governantes envolvidos na ajuda ao pais....é o problema... necessitamos de maior assistência de socorro às vitimas’.

As Nações Unidas afirmam que cerca de 30 carregamentos de mercadorias estariam já a caminho ou prestes a serem enviados a Rangune. Todavia, advertem que o maior obstáculo para o desbloqueamento do envio dos bens está nos aeroportos onde não estão a ser descarregados ou canalizados com a rapidez necessária.

O outro problema que surge é a relutância permanente das autoridades militares birmanesas em autorizar a entrada no país dos trabalhadores internacionais de ajuda. A porta voz das Nações Unidas afirma esperar-se que sejam atendidos 34 pedidos de vistos de entrada, mas que não está claro ainda quando é que vai ser.

As Nações Unidas calculam que as vitimas do Ciclone Nargis tenham recebido até agora cerca de 10 por cento de alimentos e água potável de que necessitam, enquanto, por outro lado, a Organização Mundial de Saúde adverte cerca de um possível surto de epidemia em qualquer altura.

Fadela Chaib, porta voz da OMS, disse que a agência internacional enviou suficiente ajuda médica de emergência para o tratamento de 80 mil pacientes durante três meses:

’Somos de opinião que o equipamento médico de emergência poderá ajudar a combater algumas enfermidades intestinais letais para as crianças...por exemplo...a diarreia...a disenteria... e a cólera...já vimos os primeiros casos da disenteria...mas, de momento, a cólera ainda não apareceu...registando-se, todavia, casos de doenças respiratórias agudas...tais como a pneumonia’.

Fadela Chaib disse que se prevê que a malária e a febre dengue se tornem em maior preocupação nas próximas semanas.

Entretanto, as vitimas do Ciclone Nargis continuam a viver em condições miseráveis, esperando-se que alguns dos sinistrados tenham melhor sorte se receberem tendas e outros abrigos para se protegerem contra as chuvas torrenciais que se prevêem nos próximos dias.

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