Regra geral as primeiras damas não comentam acontecimentos internacionais. Contudo, Laura Bush sempre fez sua a causa do povo birmanês e, por isso, assumiu a resposta da Casa Branca ao ciclone Nargis que, segundo entidades oficiais birmanesas, fez mais de 10 mil mortos. Disse Laura Bush, a partir da Casa Branca, falando na sala de imprensa: ” Os Estados Unidos ofereceram assistência financeira através da sua embaixada. Trabalharemos com as Nações Unidas e com outras organizações não-governamentais para providenciar água, saneamento básico, mantimentos e abrigos.”
Para já, o dinheiro é proveniente do fundo de emergência da embaixada, no montante de 250 mil dólares. A primeira dama americana afirmou que os Estados Unidos querem fazer mais, mas salientou que o próximo passo pertence aos líderes birmaneses: ”Os Estados Unidos estão preparados para participar com uma equipa de assistência assim como com os necessários abastecimentos, assim que o governo birmanês aceite a oferta. O governo birmanês deve aceitar rapidamente esta equipa assim como outras propostas de assistência internacional.”
Laura Bush acrescentou que se trata de uma oportunidade para o regime birmanês demonstrar que se preocupa com o bem estar do seu povo. A primeira dama americana salientou, contudo, que o governo bimanês parece dar mais valor à sua própria sobrevivência. Acrescentou que, apesar da devastação causada pelo ciclone, o regime de Rangum parece disposto em realizar, no próximo sábado, o referendo sobre a nova constituição do país, cuja redacção não contou com a intervenção da oposição e dos grupos minoritários do país.
Disse, a propósito, Laura Bush: ” Os generais da junta militar birmanesa tiveram uma hipótese de pôr em prática a boa governação que prometeram ao seu povo. A prosseguir, debaixo das actuais condições, o referendo constitucional que estão a planear não será considerado como um passo em frente mas, sim, como a confirmação de um status quo inaceitável.”
A primeira dama americana salientou ainda que os Estados Unidos já aplicaram sanções ao regime birmanês e apelou a outros países para que façam o mesmo. Sublinhou também que Washington manterá a pressão afirmando que o presidente Bush aprovará, ainda hoje, legislação para a concessão da principal condecoração americana à leader da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi.