O secretário-geral do Movimento para a Mudança Democrática , Tendai Biti, afirmou ,na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, que o seu país se transformou numa zona de guerra. Acrescentou aquele líder do MDC, que milícias pró-governamentais foram destacadas para todos os distritos, que milhares de famílias foram desalojadas, e que casas e fazendas foram queimadas. Disse ainda que foram criados campos de tortura e que o seu partido podia confirmar que pelo menos 18 pessoas foram assassinadas desde as contestadas eleições presidenciais de 29 de Março. Disse Biti : ” Violência sistemática está a ser desencadeada pelo Estado contra o povo do Zimbabwe”
Biti apelou ao Conselho de Segurança da ONU para que adopte uma resolução forte e decisiva contra o regime de Harare e apelou ao secretário-geral da ONU para que envie um representante seu para avaliar a situação no Zimbabwe. Aquele país realizou eleições legislativas e presidenciais no dia 29 de Março. O MDC conseguiu a maioria no Parlamento, mas, os resultados das presidenciais ainda não foram publicados. A oposição afirma que o seu candidato Morgan Tsvangirai venceu, mas outros dizem que será necessária uma segunda volta. A SADEC, através da África do Sul, tem tentado mediar a crise. Contudo, Biti manifestou-se insatisfeito com a resposta regional: ” Não restam dúvidas de que a própria região está paralisada e que essa paralisia se deve ao facto de que, no seio da própria SADEC, há aqueles que estão a lutar ao lado do povo do Zimbabwe mas, infelizmente, há outros que estão a defender o status quo.”
Ontem, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma sessão à porta fechada sobre a situação no Zimbabwe. Biti não participou no encontro, mas referiu que planeava encontrar-se, em privado, com os embaixadores dos 15 países que integram aquele órgão. O Conselho de Segurança está, no entanto, dividido acerca da crise no Zimbabwe. Alguns países, incluindo os Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, estão a pressionar no sentido da aplicação de sanções mais duras contra o regime do presidente Robert Mugabe. Outros membros, no entanto, estão a resistir a essa ideia argumentando que se trata de um problema interno do Zimbabwe.