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Procurar Uma Solução Pacifica Para o Chade


O ataque de rebeldes chadianos a N’Djamena rivalizou com os confrontos étnicos no Quénia nas atenções dos lideres africanos presentes na cimeira da União Africana.

Na sua primeira conferencia de imprensa desde a sua eleição, o novo presidente em exercício da União Africana, o Chefe de Estado da Tanzânia, Jakaya Kikwete, condenou a ofensiva rebelde no Chade e eliminou a possibilidade de reconhecimento dos rebeldes apoiados pelo Sudão, se derrubarem o presidente Idriss Deby.

“O que quer que aconteça no Chade, se os rebeldes tiverem sucesso, certamente que serão excomungados da União Africana até que a normalidade e as instituições democráticas sejam restauradas no país”.

Kikwete afirmou que o presidente do Congo-Brazzaville, Denis Sassou-Nguesso e o líder líbio Moammar Khadaffi foram nomeados para chefiar uma missão da União Africana para procurar uma solução pacifica para a crise no Chade.

Enquanto o comunicando final da cimeira da União Africana tivesse condenado os ataques dos rebeldes no Chade, a linguagem foi moderada relativamente à violência pos-eleitoral no Quénia. O comunicado expressava “profunda preocupação” sobre a confusão no Quénia e as suas potenciais consequências para a África Oriental.

O comunicado manifestou também preocupação sobre as tensões nas Comores, um arquipélago do Oceano Índico onde o presidente Ahmed Abdallah Mohamed Sambi ameaçou sexta-feira o uso da força militar para esmagar um movimento rebelde na Ilha de Anjouan.

Por entre discussões sobre os conflitos, o líder líbio Moammar Khadaffi, na sessão de encerramento da cimeira, pediu uma rápida aprovação da sua proposta para um governo de união que tem sido denominado de Estados Unidos da Africana.

Falando em árabe através de um tradutor, Khadaffi disse aos lideres africanos que a união é o caminho para a prosperidade do conturbado continente.

“Temos na verdade esta vontade e perseverança na busca de um governo federal, e os Estados Unidos de África, de forma a que a África fique a par da Europa, da América, da China, de todos os grandes países do mundo”.

O líder líbio apelou aos seus pares para ratificarem uma Carta da União antes da próxima Cimeira da União Africana, que será realizada em Julho na estancia turística egípcia de Sharm el-Sheik.

A ideia de um governo de união contou com forte apoio dos lideres africanos na cimeira. Mas vários líderes estão cépticos quanto aos planos de Khadaffi de seguir rapidamente em frente e observadores no encontro disseram que muitos dos chefes de estado suspeitam que ele tem a ambição secreta de ser presidente do continente. Mas quando um jornalista perguntou a Khadaffi se ele gostaria de liderar os Estados Unidos de África, ele respondeu com um “não” redondo.

Khadaffi fez também uma critica alongada da democracia. Através de um tradutor, interrogou-se sobre a sensatez de se realizarem eleições num continente onde quase todas as vezes, como no Quénia por exemplo, as eleições fazem desencadear violência.

“O Quénia é um país muito civilizado e agora existem banhos de sangue e isso é por causa de eleições? O que é que podemos fazer pelo Quénia, pelas Comores, pelo Chade? Não sabemos o que fazer e isso é doloroso para nos. E isso aos olhos de todo o mundo, enquanto nos matamos e lutamos uns aos outros e demolimos a democracia ? ... é a isso que a aplicação do multi-partidarismo nos tem levado ?”

A cimeira de três dias com a presença de perto de 40 chefes de estado e de governo atraiu também uma vasta gama de altos funcionários de outros países que querem melhorar os laços com o continente.

Os Estados Unidos estiveram representados pela secretaria de estado adjunta para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer.

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