Rebeldes chadianos, que estão a combater contra o exército governamental do presidente Idriss Deby, atacaram uma cidade no Leste do país, enquanto prosseguem o seu assalto contra N´Djamena, a capital.
As autoridades chadianas acusaram o vizinho Sudão de estar a apoiar o ataque.
Por seu lado, os rebeldes chadianos acusaram os rebeldes de Darfur de tentarem ajudar as forças de Deby, em N´Djamena. O exército do Chade usou helicópteros para abrir fogo sobre as posições rebeldes em redor do palácio governamental, o qual se mantém sob o controlo do governo.
Os rebeldes, que são mais numerosos que as forças governamentais, mas com equipamento menos sofisticado, acusaram os helicópteros do governo de terem errado o alvo e de terem atingido um mercado ao ar livre e população civil.
Partes do mercado ficaram reduzidas a cinzas e o que se salvou foi depois saqueado, o mesmo tendo acontecido à estação de rádio governamental.
Os rebeldes parecem estar a controlar partes da zona ocidental da cidade, mas algumas áreas estão desguarnecidas, tendo-se registado alguns saques.
Registaram-se, igualmente, fugas em massa na cadeia central.
Residentes afirmam que, nas ruas, se podiam ver dezenas de cadáveres, enquanto que a organização Médicos Sem Fronteiras anunciou que centenas de pessoas, na sua maioria civis, apresentavam ferimentos de balas no corpo.
Mas, tanto elementos rebeldes, cruzando as ruas da cidade, como forças governamentais, estas concentradas no palácio presidencial, parecem estar a ficar sem munições, o que está a gerar umas tréguas forçadas nos combates e o que está a permitir a evacuação de cidadãos estrangeiros, que está a ser feita pelas forças francesas que, para o efeito, se encontram no terreno.
Neste momento, as tropas francesas ocupam o aeroporto de N´Djamena, mas os rebeldes ameaçam atacar aquela posição.
Mansour Abbas é porta-voz de um dos principais grupos rebeldes envolvidos na ofensiva, o UFDD. Diz Abbas que as suas forças vão tentar ocupar o aeroporto para evitar que helicópteros governamentais levantem voo para atacar grupos rebeldes, mas adiantou que as forças francesas estão a evitar que possa haver uma tomada de assalto rápida.
No entanto, o ministro francês da Defesa, Hervé Morin, insiste que as tropas francesas ali se encontram apenas para garantir a segurança de cidadãos franceses.
Entretanto, a ONU refere que, por razões de segurança, já retirou mais de 150 funcionários seus da capital chadiana, incluindo 103 elementos de organizações de ajuda humanitária, que foram transportados de avião para Libreville, no Gabão. A opinião de Helene Caux, porta voz da organização das Nações Unidas para os Refugiados: “A situação é muito preocupante. Os combates em N´Djamena ainda não acabaram. A situação está ainda muito confusa. Neste momento, a situação no Chade é uma situação absolutamente caótica”.
Helene Caux afirma que ser possível que os campos dos refugiados possam funcionar durante várias semanas sem o apoio imediato dos funcionários da ONU.