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União Africana:Gestão Marcada por Gastos Excessivos e Corrupção


Um novo estudo feito às operações da União Africana revela que aquela organização está marcada por gastos excessivos, por corrupção, por uma liderança fraca e por um comportamento que não é saudável.

Os líderes da União Africana (UA) ordenaram a realização daquele estudo, em Julho do ano passado, por ocasião de uma reunião realizada em Accra, no Gana. Para o efeito nomearam um painel de alto nível de 13 elementos, liderado pelo antigo sub-secretário-geral da ONU, Abebayo Adedeji, da Nigéria.

Uma cópia do relatório de 200 páginas foi distribuída durante as sessões preliminares da Cimeira Anual da União Africa, que começa quinta-feira em Addis Abeba. De acordo com aquele documento obtido pela VOA critica-se a liderança da UA, descrevendo como “desfuncional” o relacionamento entre o presidente da UA, Alpha Omar Konare e os comissários da organização.

O painel detectou graves falhas no modo de funcionamento dos diversos organismos da União Africana e concluiu que é necessária uma revisão profunda da gestão dos recursos financeiros.

Uma crítica particular é feita à Comissão dos Direitos Humanos da UA, afirmando-se no relatório que de uma verba de milhão e meio de dólares atribuída para 2006, apenas 47 mil dólares foram gastos no cumprimento do mandato atribuído àquela comissão.

O relatório critica também a dependência da UA relativamente ao financiamento estrangeiro para a realização das suas operações. Governos estrangeiros contribuem correntemente com uma fatia substancial para o orçamento daquela organização africana. O painel recomenda a aplicação de uma taxa sobre os bilhetes de avião para a UA financiar as suas operações e exorta a que sejam tomadas medidas duras contra os países membros que não paguem as contribuições que estão estipuladas.

As reuniões que antecedem a cimeira estão a decorrer com alguma lentidão. A Cimeiras dos ministros dos Negócios Estrangeiros, prevista para domingo, sofreu um adiamento de seis horas, uma vez que encontros previamente agendados não terem terminado a horas.

Durante a cimeira, os delegados irão escolher um sucessor para o . Entre os candidatos ao cargo de liderança contam-se os nomes de Jean Ping, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Gabão e presidente da Assembleia Geral da ONU; o serra-leonês Abdulai Conteh; e o embaixador da Zâmbia em Washington, Inonge Mbikusita-Lewanika.

O tema da cimeira será “O Desenvolvimento Industrial em África”, mas as questões da industrialização estão a ser subalternizadas pelos debates sobre os conflitos na Somália e Darfur e pelos distúrbios étnicos no Quénia.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deverá usar da palavra durante a sessão de abertura da cimeira, na quinta-feira. E deverá também manter conversações sobre Darfur com o presidente Omar al-Bashir, do Sudão.

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