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Meio Ambiente Divide Comunidade Britânica


Terminou, no domingo, a Cimeira da Comunidade Britânica que, durante três dias, esteve reunida em Campala, a capital do Uganda.

O encontro dos chefes de Estado e de governo da Comunidade Britânica chegou ao fim depois de terem sido tomadas decisões importantes, como seja a suspensão do Paquistão, depois do presidente Pervez Musharraf não ter cumprido o prazo que lhe foi dado para levantar o estado de emergência e demitir-se do cargo de chefe das Forças Armadas.

Um dos outro temas importantes tratados durante a cimeira foi o das mudanças climáticas. Os líderes da comunidade emitiram um comunicado sobre política de mudança climática, no sábado, depois de intensos debates destinados em encontrar um consenso.

Durante a cerimónia de encerramento, o primeiro-ministro da Trinidad e Tobago, Patrick Manning, o anfitrião da próxima cimeira, sublinhou a urgência de se fazer face à questão da emissão de gases de estufa: “Esta Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, minhas senhoras e meus senhores, é importantes por várias razões, nomeadamente no que diz respeito à Trinidade e Tobago e às Caraíbas. Na sequência desta cimeira tornou-se muito claro que temos que avançar com muita rapidez para fazermos frente à questão dos gases de efeito de estufa, dos efeitos no mundo e em que medida contribuímos para isso”.

No início da Cimeira, a Grã-Bretanha apelou para que fosse tomada uma forte posição sobre as mudanças climáticas, exortando as nações em desenvolvimento a chegarem a um acordo, por ocasião da próxima conferência sobre o meio ambiente, a ter lugar em Bali, no próximo mês.

O secretário-geral da Comunidade Britânica, Don McKinnon, tinha anunciado esperar um comunicado significativo mas, quando este foi divulgado, foi imediatamente criticado por conter apenas uma linguagem vaga e por não sugerir qualquer iniciativa no sentido de acordos internacionais vinculativos.

O grupo ambientalista Greenpeace afirma que o documento não demonstra a urgência necessária e o primeiro-ministro de Saint Kitts e Nevis, Denzil Douglas, disse pensar que se devia ter ido mais longe. Saint Kitts conta-se entre os vários países da Comunidade Britânica que será fortemente afectado pelo aquecimento global. Muitos desses Estados insulares com as zonas costeiras muito povoadas e que poderão ficar submersas pela subida do nível das águas do mar.

É do conhecimento geral que, durante a cimeira, o Canadá, um grande produtor de petróleo, manifestou relutância em subscrever um comunicado com uma linguagem mais dura. As decisões da Comunidade Britânica são geralmente tomadas por consenso, por isso, sem o apoio de todos os países membros, um comunicado mais drástico não foi possível.

O secretário-geral cessante, Don McKinnon, falando aos jornalistas no fim da cimeira reconheceu que o comunicado não correspondeu às expectativas de alguns países membros, mas comento que, ainda assim, foi um passo em frente que valeu a pena: ”Os líderes da Comunidade Britânica passaram muito tempo a debater a questão e, claramente, que foram mais além que os seus ministros dos Negócios Estrangeiros. O comunicado eleva as expectativas do que os países Comunidade podem fazer”.

Esta foi a última cimeira organizada por McKinnon, depois de ter desempenhado o cargo de secretário-geral durante dois mandatos de quatro anos cada. Os líderes da Comunidade Britânica nomearam, no sábado, para seu sucessor o diplomata indiano Kamalesh Sharmar, que irá assumir aquela posição no dia primeiro de Abril, ficando a seu cargo a organização da próxima cimeira, a realizar em Trinidade e Tobago, em 2009.

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