A rainha de Inglaterra encontra-se em Campala, no Uganda, para participar na cimeira dos chefes de Estado e de governo da Comunidade Britânica que arranca hoje naquela cidade capital. Usando da palavra perante o parlamento ugandês, a monarca britânica sublinhou a importância da democracia no âmbito da Comunidade Britânica.
A rainha Isabel chegou acompanhada pelo marido, o príncipe Filipe, naquela que é a sua primeira visita ao Uganda desde 1954. A monarca foi saudada por milhares de pessoas que se alinhavam ao longo das ruas da capital. Isabel efectua uma visita oficial de dois dias antes de se reunir com os chefes de Estado e de governo da Comunidade Britânica.
No discurso que proferiu perante o Parlamento, a rainha Isabel elogiou o governo do Uganda pelos seus esforços em lutar contra o HIV-SIDA e por ter enviado um contigente de tropas de manutenção da paz para a Somália. A monarca britânica fez também referências positivas à democracia no Uganda: “Dá-me grande prazer discursar hoje perante esta casa em reconhecimento da importância da democracia parlamentar na Comunidade Britânica como um todo. Para o Uganda, as deliberações e as decisões deste órgão, a par do respeito pelo primado da lei que tem existido e que continuará a ter uma importância essencial no sucesso dos países em enfrentarem muitos desafios de gravidade. O Reino Unido está activamente empenhado e, apoiar os esforços do Uganda em aprofundar a sua democracia”.
Mas, o presidente do Uganda, Yoweri Museveni, foi seriamente criticado pela conduta eleitoral do Uganda por ocasião da última reunião da Comunidade Britânica realizada em Malta, em 2005.
Durante a campanha presidencial ugandesa, o líder da oposição, Kizze Besigye, foi preso e acusado de traição. Críticos de Musseveni afirmam que a Comunidade Britânica não deveria legitimar o seu governo realizando a sua cimeira no Uganda.
Em 2002, o Zimbabwe foi suspenso da Comunidade Britânica devido à forma como conduziu as eleições presidenciais. Mas, o secretário-geral da Comunidade, Don McKinnon, falando em Campala, recusou-se a aceitar a comparação:“Há uma vasta diferença entre os relatórios dos observadores em duas eleições realizadas no Zimbabwe, os quais foi premissa para a suspensão, e as eleições do ano passado aqui no Uganda. Este é o ponto de partida, se quizerem fazer comparações entre o Zimbabwe e o Uganda”.
Os partidos da oposição no Uganda tencionam realizar manifestações, esta sexta-feira, por entre fortes medidas de segurança para aeasta cimeira, com o objectivo de chamar a atenção dos delegados para a sua causa.