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Washington e Londres Criticam Musharaf


Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha anunciaram que vão rever a ajuda financeira ao Paquistão, na sequência da decisão do presidente paquistanês, Pervez Musharaf, de suspender a constituição do país.

Washington considera o Paquistão como o seu maior aliado na campanha contra o terrorismo.

Por conseguinte, a ajuda financeira dos Estados Unidos a Islamabad está calculada em mais de mil milhões de dólares, isto desde os ataques de 11 de Setembro de 2001 e uma média de 150 milhões de dólares são mensalmente doados ao Paquistão.

Por seu lado, a ajuda britânica ao desenvolvimento do Paquistão está orçada em centenas de milhões de dólares por ano.

Por isso, a Secretaria de Estado americana, Condoleeza Rice, alertou que os Estados Unidos querem ver restabelecida, o mais rápido possível, a ordem constitucional no Paquistão, isto apesar de Washington desejar continuar a contar com a cooperação do general Pervez Musharaf na campanha contra o terrorismo internacional.

Falando ontem, em Jerusalém, Rice indicou, entretanto, que apenas uma parcela da ajuda financeira americana ao Paquistão poderá vir a ser afectada pela decisão de Washington de rever a ajuda financeira aquele país.

Disse Rice: “Nós temos que ter consciência de que parte da ajuda ao Paquistão esta directamente relacionada com as missões anti-terroristas dos Estados Unidos. Portanto, isto é uma questão complicada. Temos que nos lembrar de que vamos continuar a levar a cabo a guerra contra o terrorismo”.

Mas, a reacção inicial da administração do presidente George Bush à crise constitucional no Paquistão foi severamente criticada por alguns legisladores americanos, incluindo alguns do próprio Partido Republicano. Foi o caso do senador, pelo Estado da Pensilvânia, Arlen Specter: “Não é suficiente que seja apenas a Secretária de Estado a pronunciar-se. Penso que o presidente deveria também pronunciar-se a propósito e em termos mais específicos. Temos financiado o presidente Musharaf com multi milhões de dólares em ajuda militar, nos últimos anos, e temos que ser específicos em dizer que isso não pode continuar”.

A decisão do presidente Pervez Musharaf de suspender a constituição do país, foi condenada pelos seus principais oponentes políticos, incluindo a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto. Disse ela: “Vai nos conduzir a uma desnecessária confrontação entre o regime e as pessoas, o que poderá ajudar os extremistas, que desejam explorar a situação e dela tirar vantagens. É muito importante que o general Musharaf seja pressionado no sentido da restauração da constituição, da libertação dos presos políticos e do respeito pelo sistema judicial , para além da convocação das eleições, estas supervisionadas por uma comissão eleitoral independente”.

Em Londres, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico criticou nos mesmos termos a decisão do presidente paquistanes, Pervez Musharaf.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, David Mililand, realçou, por seu lado, que o imediato retorno à democracia e ao primado da lei no Paquistão constituem a chave para a estabilidade e o desenvolvimento daquele país.

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