Os líderes das três potências emergentes regionais têm estado reunidos na África do Sul para fortalecer as relações comerciais e gizar uma posição comum para as nações em desenvolvimento sobre questões de política internacional. A cimeira entre a Índia, o Brasil e a África do Sul deverá produzir acordo sobre energia, transportes e tecnologia de informação.
O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, inaugurou esta cimeira trilateral, na quarta-feira, afirmando que aqueles líderes deveriam procurar expandir a cooperação por forma a fazerem face aos desafios mútuos.
O primeiro-ministro indiano, Monmohan Singh, afirmou que a Índia, o Brasil e a África do Sul o grupo conhecido pela sigla IBSA, deveriam avançar rapidamente e porem em prática as suas decisões: “O movimento da IBSA destina-se a cativar a imaginação do nosso povo e deverá avançar de uma fase de declarações de princípio para uma de acção explosiva.”
Um perito em política externa do Instituto Sul Africano de Questões Internacionais, Tom Wheeler, afirma que o objectivo do forum é fortalecer as ligações entre as nações em desenvolvimento, o que até agora não tem existido: “Não se trata de uma tentativa, creio eu, para minar o relacionamento com o Norte, com o mundo desenvolvido, mas para complementá-lo e para que tenha temas comuns, abordagens comuns face às questões globais.”
A Índia, o Brasil e a África do Sul são potências económicas nos respectivos continentes e são vistas como vozes emergentes para o desenvolvimento mundial na arena global.
Estes países advogam maior poder para as nações em desenvolvimento no âmbito das Nações Unidas e todos eles estão a fazer campanha para obterem lugares permanentes no Conselho de Segurança da ONU, como parte das reformas futuras, no âmbito daquela organização.
Wheeler nota que a cimeira é também resultado da frustração partilhada sobre a percepção da dominação por parte das outras nações desenvolvidas em vários aspectos das questões internacionais: ”Anda, provavelmente, à volta da vertente política das questões económicas, a questão de um regime comercial mais justo para o mundo, as conversações de Doha, mas poderá envolver também questões como o desarmamento nuclear”.
Mas, peritos notam que posições diferentes podem emergir deste encontro de três nações, sendo todas elas jovens indústrias, como é o caso dos têxteis e dos automóveis, que eles podem querer proteger uns dos outros.
Não obstante, os três líderes dizem que cada um dos países tem os seus pontos fortes, como é o caso das minas na África do Sul, informação e tecnologia na Índia ou os bio-combustíveis no Brasil.