A Organização Internacional para a Migração afirma que apenas uma fracção de mais de dois milhões e duzentos mil pessoas, que foram forçadas a abandonar as suas casas no Iraque, está a receber a assistência mínima necessária. Esta organização apelou à comunidade internacional para que dê mais dinheiro para apoiar as vítimas da guerra, no Iraque.
A Organização Internacional para a Migração (OIM) refere que um milhão de iraquianos ficou sem casa desde o atentado bombista contra o templo sagrado xiita, na cidade de Samarra, em Fevereiro de 2006. E adianta que, no Iraque, todos os meses perto de 60 mil pessoas estão a ser forçadas a abandonar as suas casas em resultado da violência sectária.
Jemini Pandya, porta-voz da OIM, afirma que o Iraque está perante a sua mais grave crise de desalojados de sempre, estado a gerar uma situação humanitária que se agrava dia a dia:
“Pessoas que tinham esperança em regressar a suas casas depois de uma pequena espera estão agora confrontadas com o facto de não haver esperança que isso aconteça. A avaliação semestral da OIM confirma a tendência observada em finais de 2006 de que as comunidades de acolhimento dos desalojados estão a confrontar-se com as dificuldades inerentes ao peso enorme que milhares de pessoas que chegam, necessitando de abrigo, de comida e de outras estruturas.”
Pandya afirma que é feroz a competição para recursos limitados, tais como comida, água e serviços sanitários, saúde e empregos. Diz ela que a falta de segurança está a pôr em causa a entrega da ajuda humanitária.
Apesar dos riscos enormes, diz Pandya, os trabalhadores das agências humanitárias continuam a trabalhar para ajudar as populações mais vulneráveis. E seriam capazes de beneficiar mais deslocados necessitados, caso tivessem mais recursos ao seu alcance: “Perante tudo isto e a consciência clara do mundo face à situação no Iraque, estamos agora a ter dificuldades para entender porque é que tem sido tão difícil encontrar recursos para fornecer assistência humanitária básica que é, obviamente, tão necessária. Desde que lançámos o nosso apelo para o Iraque para 2007-2008, em meados de Junho, recebemos apenas 18 por cento de um apelo para 85 milhões de dólares. E penso ser importante sublinhar que aqueles fundos são necessários, não apenas para atender às necessidades humanitárias, mas também para limitar as necessidades sócio-económicas desta crise”.
A porta-voz da Organização Internacional para a Migração nota que, por quanto mais tempo se prolongar esta situação de insegurança, maiores serão as divisões no seio da comunidade. Pandya adverte que estas divisões sectárias se podem tornar irreversíveis, se o mundo não actuar de imediato para ajudar aqueles que foram forçados a abandonar as suas casas para fugirem à violência.