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Congressista Americano Acusado de Corrupção Envolvendo S. Tomé


Um congressista do Partido Democrático foi formalmente acusado de corrupção, na sequência de uma investigação de dois anos à sua conduta. Entre as 16 acusações contra si formuladas, o congressista William Jefferson é apontado por ter recebido “luvas” para influenciar, entre outros, contratos de exploração de petróleo na costa de S. Tomé e Príncipe.

As acusações estão contidas num documento de 94 páginas e foram ontem entregues a um grande júri no Estado da Virgínia. O governo acusa o congressista Jefferson de uma vasta série de violações da lei, incluindo pedido de “luvas”, extorsão e lavagem de dinheiro relacionado com negócios que aquele congressista procurava mediar entre diversos países africanos.

Durante uma conferência de imprensa que teve lugar no Departamento de Justiça, aqui em Washington, responsáveis do FBI disseram estar confiantes terem reunido provas suficientes para incriminar William Jefferson, que representa um distrito eleitoral no Estado da Luoisiana.

Durante a investigação, foi desencadeada uma operação clandestina em que o congressista foi filmado pelo FBI recebendo cem mil dólares em notas das mãos de um informador.

Buscas posteriores efectuadas na residência do congressista permitiram descobrir 90 mil dólares do dinheiro recebido anteriormente, embrulhado em maços de papel de alumínio, escondidos no congelador da cozinha do acusado.

Alice Fisher é procuradora geral da Justiça adjunta: “O público merece e tem todo o direito de que os funcionários do governo não sejam corruptos”.

De acordo com as conclusões do relatório agora divulgado, entre os esquemas patrocinados pelo congressista Jefferson contam-se esforços para garantir contratos de telecomunicações na Nigéria e no Ghana, contratos de transmissão via satélite no Botswana, Guiné Equatorial e República do Congo e direito de exploração de petróleo “off-shore” em S. Tomé e Príncipe, bem como a promoção da venda de sistemas de reciclagem de lixo na Nigéria e Guiné Equatorial e a criação de uma refinaria de açúcar e outros projectos na Nigéria.

O congressista Jefferson mantém a sua inocência. No entanto, dois dos seus antigo colaboradores admitiram ser culpados e fizeram acordos para colaborar com a polícia, tendo recebido penas reduzidas de sete e oito anos de cadeia.

William Jefferson deverá ser chamado a tribunal nesta sexta-feira. Se for considerado culpado poderá ser condenado a uma pena de 235 anos de prisão.
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