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Espionagem: EUA Consideram Absurdas Acusações Iranianas


Os EUA negaram e consideraram absurdas acusações feitas pelo Irão de que três iraniano-americanos que se encontram de visita aquele país estejam envolvidos em actos de espionagem. As acusações foram anunciadas, apenas um dia depois de diplomatas americanos e iranianos terem realizado um raro encontro frente-a-frente em Bagdade.

O Departamento de Estado afirma que nenhum dos três iraniano-americanos trabalha directamente para o governo americano ou esteve envolvido em missões oficiais durante as suas visitas ao Irão, adiantando que as acusações de espionagem feitas pelas autoridades de Teerão são absurdas.

Os comentários foram feitos depois de um anúncio das autoridades judiciais iranianas de que aqueles três cidadãos americanos, que foram impedidos de sair do país depois de visitas de rotina, são agora acusados de espionagem.

O mais destacado dos três é a académica directora do Programa para o Médio Oriente do Centro de Estudos Woodrow Wilson, em Washington.

Haleh tem estado impedida pelos iranianos de regressar aos EUA desde Dezembro último, depois de ter visitado a sua mãe doente e tem estado, desde o início deste mês, detida na prisão de Evin, em Teerão, instituição que, no passado, tem estado ligada a abusos contra os Direitos Humanos.

Quem está também detido é Kian Tajbaksh, um cientista social e especialista em planeamento urbano que trabalha para o Instituto Sociedade Abertam que tem a sua sede em Nova Iorque. Kian foi preso há cerca de duas semanas.

O terceiro iraniano-americano é a jornalista Parnaz Azima que trabalha para a Rádio Farda, uma emissora financiada pelos EUA. Mas, esta não está presa, mas o seu passaporte foi-lhe confiscado e foi impedida de sair do Irão, desde Janeiro, depois de se ter deslocado a Teerão para uma visita familiar.

O porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, afirma que os EUA não foi oficialmente notificado das acusações de espionagem e que adiantou que o governo de Teerão não respondeu ao pedido de acesso aos três indivíduos feito pela missão diplomática suíça que ali representa os interesses dos EUA.

Casey insistiu que as acusações feitas contra aqueles cidadãos não têm substância: “Estes são indivíduos que são cidadãos privados. Eles não fazem parte das disputas políticas entre o governo dos EUA e o governo do Irão. É absolutamente absurdo pensar que eles, de qualquer forma, constituam uma ameaça para o regime iraniano. E nós continuamos a exortar o governo iraniano a deixá-los ir em paz, a deixá-los continuar a visitar as suas famílias, a regressar a casa para se reunirem às suas famílias aqui e a continuarem a ter os contactos pessoais que, ao longo dos anos, têm mantido no Irão”.

Adicionalmente, aos três iraniano-americanos agora acusados de espionagem, os EUA têm procurado informação sobre a sorte de um antigo agente do FBI, Robert Levinson, que está dado como desaparecido depois de ter chegado, em Março, à estância turística da Ilha Kish, no Golfo Pérsico.

O Irão negou, numa mensagem transmitida através dos suíços, ter qualquer conhecimento do paradeiro de Levinson, mas as autoridades americanas estão cépticas, apontando para as notícias da imprensa referindo que muitas pessoas têm sido detidas à sua chegada ao Irão.

Tem havido notícias de intenções do Irão em utilizar cidadãos americanos como moeda de troca para a libertação de cinco iranianos detidos desde janeiro, no Norte do Iraque por alegado envolvimento nos ataques contra as forças da coligação liderada pelos EUA.

No entanto, o porta-voz do Departamento de Estado disse não ter conhecimento de qualquer ligação entre os cinco iranianos dos EUA, afirmando que aqueles indivíduos foram presos legalmente no Iraque.

Casey disse que a questão não foi levantada por quaisquer dos lados no encontro, realizado na segunda-feira, entre o embaixador americano em Bagdade, Ryan Crocker, e diplomatas iranianos. O porta-voz do Departamento de Estado disse que apenas o Irão pode explicar porque é que está empenhado num comportamento ameaçador contra cidadãos americanos.

Os EUA e o Irão não têm relações diplomáticas desde 1979 e a interacção entre os dois governos tem sido rara.

As conversações de segunda-feira, no Iraque, limitaram-se a questões de segurança que dizem respeito ao Iraque. Muito embora não se tenham registado avanços substanciais, ambas as partes disseram ter concordado na necessidade geral para um Iraque estável e em paz.

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