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Amnistia: Prestígio dos EUA Afectado no Mundo


Um ano de medo. Foi assim que a Amnistia Internacional descreveu o ano passado em todo o mundo. A secretária-geral daquela organização, Irene Kahn, falou da erosão dos Direitos Humanos e de um mundo cada vez mais dividido e perigoso: ”Em 2006, políticas de vistas curtas e de amedrontação minaram o primado da lei e os Direitos Humanos, alimentaram o racismo , a xenofobia e a discriminação, suprimiram a dissensão, intensificaram o conflito e lançaram a semente de mais violência.”

Falando à imprensa, em Londres, Kahn salientou alguns dos principais pontos do relatório que documenta a situação em 153 países, de Janeiro a Dezembro de 2006. A guerra contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos foi alvo de duras criticas: ”A administração americana está a encarar o Mundo como um gigantesco campo de batalha e mais provas vieram à tona mostrando como os suspeitos são raptados, detidos e torturados e transferidos de prisão secreta em prisão secreta, através do globo, com impunidade, e com a cumplicidade de aliados.”

O relatório descreve, igualmente, aquilo que considera como graves violações dos Direitos Humanos através do Médio Oriente, incluindo no Iraque. Khan afirma que a guerra contra o terrorismo e os constantes tumultos no Iraque diminuíram a credibilidade dos Estados Unidos no mundo e limitaram os seus esforços para defender os Direitos Dumanos. Um exemplo, diz a responsável da Amnistia Internacional, é Darfur, no Sudão: ” Darfur é uma ferida aberta na consciência mundial. O governo americano tem falado sem hesitações sobre a necessidade de proteger os civis em Darfur e congratulamo-nos com isso. Mas, nada demonstra melhor a perda da autoridade moral americana do que a sua incapacidade de convencer o governo sudanês a aceitar a presença de capacetes azuis da ONU.”

A Amnistia Internacional afirma no seu relatório que a ausência de acções por parte dos Estados Unidos e de outros membros do Conselho de Segurança da ONU para pôr termo à guerra entre Israel e o Hezbolah, no Líbano, no Verão passado e para resolver o conflito israelo-palestiniano, se traduziram por mais divergências sectárias e instabilidade. Para além disso, o relatório foca também as atenções na repressão, detenção e violência contra mulheres através do globo desde o Afeganistão ao Zimbabwe, em democracias estáveis como a Grã-Bretanha e os estados Unidos e em novas potências económicas como a China ou a Rússia. Apesar de criticar duramente a falta de liderança política através do planeta para defender os Direitos Humanos, o relatório da Amnistia Internacional louva o trabalho da sociedade civil, grupos não-governamentais, a activistas e nalguns casos os meios de comunicação no que se refere a pôr em destaque violações dos Direitos Humanos.

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