Diplomatas na embaixada portuguesa na Republica Democrática do Congo confirmaram que um acordo que em principio vai permitir ao líder da oposição, Jean Pierre Bemba viajar para Portugal, para receber tratamento medico, foi ontem alcançado com as autoridades congolesas.
Bemba encontra-se refugiado na embaixada da África em Kinshasa, desde o eclodir dos confrontos da semana passada, entre os seus guardas pessoais e forças do governo.
As autoridades diplomáticas portuguesas em Kinshasa aguardam agora da parte do governo congoles, a formalização escrita do acordo verbal conseguido.
A luz do acordo o ex. vice-presidente Jean Pierre Bemba vai poder viajar para Portugal, para receber tratamento de uma fractura a perna, mas aquele o ex. líder rebelde fica, entretanto proibido de exercer qualquer actividade política durante o período em que permanecer em Portugal.
Lisboa fez igualmente saber que não vai conceder asilo político àquele líder da oposição, mas apenas acolhimento por um período determinado e para fins meramente médicos.
Recorde-se que Jean Pierre Bemba encontra-se deste o inicio dos confrontos refugiado na embaixada da África do Sul, em Kinshasa e sobre ele impende a acusação de traição pela sua aparente recusa em desarmar a milícia privada, factor que esteve na base dos intensos recentes combates que resultaram na morte de pelo menos uma centena de mortos na capital congolesa.
Muzongo Kodi, analista político congoles do Instituto de Estudos Estratégicos com sede em Londres diz temer que com a partida de Bemba, o governo lance agora uma campanha para tentar esmagar ou intimidar a oposição.
“Vai porventura representar o fim da oposição, que muitos esperavam que desenvolvesse e desempenhasse um papel positivo na monitorização das actividades do governo” - conclui aquele analista para quem e muito pouco provável que o presidente Joseph Kabila e Pierre Bemba, este ultimo na qualidade de deputado eleito pela oposição cheguem a um entendimento quanto a possibilidade de partilha do poder.
Jean Pierre Bemba, um ex. líder rebelde e ex. vice-presidente congoles, saiu derrotado pelo actual presidente Joseph Kabila, nas eleições presidenciais do ano passado. E desde então, a Republica Democrática do Congo tem vivido momentos de tensão politico -militar.